"Duas irmãs, um Rei" (Philippa Gregory): OPINIÃO!

Com a leitura do livro "Duas irmãs, um Rei" estreei-me nos romances históricos da autora Philippa Gregory.

Comprei este livro por sugestão de uma amiga que é super fã da autora mas, como acontece com quem tem vários livros por ler, este ficou na estante vários meses até que decidi lê-lo.

Lá embarcei eu na aventura de ler um livro de 640 páginas com receio de que se não gostasse iria andar imenso tempo para lê-lo.

Contudo, desde início percebi que não seria esse o caso porque desde logo fiquei fascinada, não só pela escrita da autora, como também por todo o ambiente vivido na corte do Rei Henrique VIII.

Em "Duas irmãs, um Rei" vamos viajar até ao século XVI e vislumbrar como aconteciam as coisas na corte de Henrique VIII. Acima de tudo, vamos entender que papel tinham as mulheres e perceber os esquemas e jogos de sedução para atrair o rei e ascender socialmente.

Desde jovem que Maria Bolena vai despertar o interesse do Rei e, inevitavelmente, acaba por se apaixonar por ele e por todo o luxo à volta dele: encontra-se a viver um sonho e a ser tratada como um rainha. Maria deslumbra-se pelo seu crescente papel de rainha não oficial.

Só que rapidamente percebe que apenas se trata de um peão nas mãos da sua família que, através dela, apenas pretende ascender: a ambição dos Bolena é destronar a Rainha Catarina e fazer de Maria a nova Rainha de Inglaterra.

No entanto, como qualquer homem caprichoso das atenções de outras mulheres da corte, o interesse de Henrique VIII por Maria começa a desvanecer-se e eis que a família Bolena tenta atrair as atenções do Rei para a outra Bolena: Ana, irmã de Maria.

Tendo Maria, a sua irmã como rival, vamos ver Ana Bolena a ascender e a conquistar o coração do Rei.

"Duas irmãs, um Rei" leva-nos a conhecer todos os estrategemas da família Bolena para atingir o seu objectivo primordial e, como tal, não é com surpresa que vemos a Rainha Catarina ser destronada e Ana ascender a rainha de Inglaterra.

Estas quedas e ascensões na corte, a forma como as mulheres eram usadas como peões deixaram-me perplexa com a época, fazendo-me reflectir sobre a mudança dos tempos e dos papéis sociais.

É um livro intenso, cheio de amor, sexo, ambição e intriga. Philippa Gregory revela-nos a sua capacidade para escrever de uma forma rica e cativante, ao mesmo tempo que nos faz viajar para uma época distante, com descrições pormenorizadas sustentadas numa extraordinária pesquisa bibliográfica.

Há ainda que acrescentar a forma fascinante como a autora constrói as personagens e lhes dá vida: é um livro onde não conseguimos deixar de ficar estonteados com as várias personagens e as suas personalidades marcantes. Além disso, acabamos de maneira inevitável por torcer por certa personagem e por desgostar de outras.

Para mim, "Duas irmãs, um Rei" foi o início da viagem pelos livros de Philippa Gregory e, como tal, fiquei com grande curiosidade em ler os restantes livros desde série dos Tudor.

Através da internet e de algumas amigas que já leram esta série dedicada aos Tudor fiquei a saber que há uma ordem de leitura recomendada, sendo que eu comecei pelo 2º livro da série.

Assim sendo, deixo aqui a ordem de leitura recomendada desta Série Tudor que, a partir de agora, tentarei seguir:

– Catarina de Aragão – A Princesa Determinada
– Duas Irmãs, Um Rei
– A Herança Bolena
– A Espia da Rainha
– O Amante da Rainha
– A Outra Rainha

CLASSIFICAÇÃO: 6. Excelente!