terça-feira, 30 de setembro de 2014

"A Família Sogliano" (Sveva Casati Modignani): OPINIÃO!

São vários os livros da autora Sveva Casati Modignani que tenho cá em casa, mas a verdade é que ainda só li "Um dia naquele inverno", "O Barão" e "A Família Sogliano". Cada uma destas leituras revelou-se um prazer e, por isso, vou juntando livros desta autora à minha colecção para ir intercalando com outras leituras. Sveva Casati Modignani é sem dúvida uma autora capaz de construir personagens que cativam o coração do leitor e conferem um brilho único às suas narrativas.

Neste último romance lançado a 19 de Setembro, pela Porto Editora, a autora conta-nos a história da família Sogliano onde se revelam afectos, relações e segredos. Este é inquestionavelmente um livro que gira em torno da família e das dinâmicas que cada uma das personagens estabelece entre si.

Entramos na leitura e somos logo confrontados com um evento que dita o decurso de toda a acção futura: a morte de Edoardo Sogliano. Conhecida como uma família dedicada ao coral, Edoardo estava à frente dos negócios dos Sogliano até morrer num acidente de automóvel. A sua esposa Orsola vê a sua vida mudar drasticamente com esta perda. Os cinco filhos do casal sofrem uma perda marcante e cada um a sente de forma diferente. A mãe de Edoardo - Margherita -  perde um filho, mas mantém o seu abraço aconchegante sob toda a família. Não obstante, esta perda inesperada, Orsola vê-se confrontada por uma descoberta surpreendente: o seu marido Edoardo teve outro filho, o pequeno Steve.

É à volta deste cenário envolvente que a acção vai decorrer e a narrativa ganhar cor e ritmo. É nas situações mais complexas da vida que a nossa força transparece. E Sveva Casati Modignani é mestre em oferecer-nos personagens com coração e personalidade.

Edoardo guardava um segredo. A sua morte e este segredo afectam Orsola. Afinal, como Edoardo foi capaz de a trair e ter outro filho? Porque não lhe contou a verdade? Será que Orsola deve manter este segredo ou procurar o pequeno Steve? Deverá Orsola contar à sua família sobre a existência de Steve? Como reagirão os seus cinco filhos a esta criança? Que imagem irão formar sobre o seu pai? São estas e muitas mais questões que vemos surgir no âmago de Orsola e o decorrer da narrativa traz-nos, a pouco e pouco, cada uma das respostas. 

À medida que vamos descobrindo este segredo de Edoardo, vamos conhecendo melhor Orsola. Deparamo-nos com revelações sobre esta mulher que nos deixam surpresos. Edoardo não era o único a ter segredos.

Simultaneamente, Sveva Casti Modignani presenteia-nos com a forte e independente Margherita e, à medida que a vamos desvendando de forma mais profunda, vamos descobrindo uma mulher maravilhosa com um passado cheio de paixões.

Cada uma das personagens se vai revelando gradualmente e mostrando a sua magia única. À parte da família Sogliano, a autora introduz na narrativa a história sobre a mãe de Steve: como ela e Edoardo se conheceram e envolveram. E, mais do que vermos a traição de Edoardo a Orsola, vemos a história e o passado desta jovem mãe e mulher. Através desta personagem a autora introduz o tema da violência doméstica e carrega as vivências desta mulher com sofrimento e superação.

No que diz respeito aos cinco filhos de Edoardo e Orsola, cada um se revela único e especial. E o que salta à vista do leitor é o amor que une esta família. Cada um dos filhos deste casal mostra a sua personalidade, a sua complexidade, a sua reacção à perda, às novas responsabilidades familiares e às revelações que modificam toda a estrutura familiar e que exigem uma capacidade de adaptação intensa. A verdade é que cada uma das personagens revela um comovente coração capaz de acolher no seu seio familiar cada uma das mudanças inesperadas que atingem a sua família.

Assim sendo, este livro da autora Sveva Casati Modignani é, sem qualquer sombra de dúvida, um livro sobre família e sobre afectos. A escrita fluída e repleta de emoções faz com que o leitor se deixe envolver por cada palavra, por cada linha, por cada página. São-nos também oferecidos conhecimentos sobre o mundo do coral e da sua manufactura que fazem parte da história desta família há muito tempo. 

Em suma, "A Família Sogliano" brinda-nos com uma narrativa feita de amores e paixões, afectos, relações e segredos, bem como conquistas e insucessos, alegrias e tristezas. Este romance abrange inquestionavelmente uma variedade imensa de sentimentos.

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

"O Jardim dos Segredos" (Kate Morton): OPINIÃO!

Ler Kate Morton revela-se sempre um verdadeiro prazer. Há qualquer coisa de especial na sua escrita e algo único nas suas narrativas que agarram o leitor e o transportam para o interior das páginas como se estivesse presente nos próprios cenários onde a acção se vai desenrolando. 

Já tinha lido "O Segredo da Casa de Riverton", "As Horas Distantes" e "Amores Secretos" e "O Jardim dos Segredos" foi ficando na estante. Este mês de Setembro, a Estefânia do blogue "Uma Biblioteca Aberta" (veja a crítica aqui) sugeriu-me esta leitura e finalmente "O Jardim dos Segredos" veio parar às minhas mãos e finda a leitura só me assalta uma questão: porque demorei tanto tempo a pegar neste livro maravilhoso?

Kate Morton, como já vendo sendo hábito, apresenta-nos uma narrativa assente em três momentos temporais distintos: 1900-1913, o ano de 1975 e 2005. Apesar de haver saltos temporais, a verdade é que a autora domina completamente esta arte de nos contar uma história que se faz de momentos distintos, de forma serena e descomplicada. Em 1913, uma menina é encontrada sozinha num porto australiano. Não se sabe quem é esta menina nem de onde veio. Com ela apenas traz uma pequena mala com alguns pertences, entre eles um livro de contos de fadas escrito por Eliza Makepeace. Um casal decide adoptar esta menina a quem chamam Nell. Na altura do seu vigésimo primeiro aniversário, o pai de Nell decide contar-lhe a verdade e décadas depois, Nell embarca numa viagem até à costa da Cornualha para descobrir as suas raízes. No entanto, Nell não encontra todas as respostas às suas perguntas e, em 2005, depois de Nell falecer, Cassandra, a sua neta decide concluir a busca iniciada pela sua avó. Nell deixa em herança uma casa na Cornualha (a Casa da Falésia) a Cassandra o que a levará a viajar até lá e tentar descobrir a verdade.

Entre retrocessos ao passado e avanços para o presente, a autora vai-nos dando a conhecer as várias personagens e a misteriosa família aristocrática Mountrachet, proprietária da mansão Blackhurst. Ao que parece as origens de Nell estão nesta família. E quem é afinal Eliza Makepeace? E qual é a relação de Eliza com a família Mountrachet? E quem foi que levou Nell tão pequena do seu lar para a Austrália? E porque a deixou sozinha? São estas e muitas mais questões que se vão levantando à medida que o leitor foi ficando aprisionado neste enredo feito de relações familiares e segredos.

Através de descrições que primam pelo realismo, pela qualidade visual intensa, pelos aromas e sons que fazem o leitor sentir-se dentro da própria história, Kate Morton oferece-nos uma narrativa que envolve o leitor como um abraço, ao mesmo tempo que a curiosidade se vai intensificando. 

Os vários momentos temporais, cada um com o seu núcleo de personagens próprios, escondem uma imensidão de segredos. Conhecemos a aristocrática família Mountrachet: a sua rigidez, a necessidade de manter aparências, os seus laços e relações. Conhecemos a mansão Blackhurst, o labirinto e a casa da falésia. Cada recanto tem um significado, tornando-se ponto fulcral da narrativa. Em 1975, conhecemos uma Nell que anseia saber a sua verdadeira origem encetando uma viagem à Cornualha que a faz sentir-se finalmente em casa e que a aproxima pouco a pouco do seu verdadeiro eu. E, em 2005, através de Cassandra, ficamos a saber na plenitude, a verdade sobre a origem de Nell e todos os mistérios inerentes a esta menina que apareceu na Austrália sozinha. Ao mesmo tempo, deparamo-nos com o próprio passado de Cassandra e a autora oferece também a esta personagem, uma história própria com os seus segredos e sofrimentos e um novo renascer.

Aliado a toda uma aura de magia, Kate Morton leva-nos ainda até aos meandros dos contos de fadas através da escritora Eliza Makepeace cuja relação com a família Mountrachet vamos desvendando gradualmente e cujo papel primordial em toda a acção é manifestamente intenso.

Todas as personagens têm uma construção genialmente engendrada com nuances de comportamento únicas, com afectos especiais e com mistérios próprios que, a par com as descrições de cenários simplesmente belos, fazem com que o leitor se deixe prender por uma envolvência simplesmente magnética que o lança numa leitura fluída e célere. Todo o enredo vibra de segredos o que cativa com uma força à qual é impossível fugir, fazendo o voltar de páginas ser quase compulsivo. 

Colocar em palavras a magia desta história e o brilhantismo da escrita de Kate Morton, bem como a sua capacidade inata de combinar períodos temporais de forma lúcida e simples, é uma tarefa quase impossível, pois a plenitude do alcance d' "O Jardim dos Segredos" e da sua narrativa só é possível através da leitura deste livro. De todos os livros de Kate Morton publicados por cá até ao momento, "O Jardim dos Segredos" passou a ser, sem sombra de dúvidas, o meu preferido. 

CLASSIFICAÇÃO: 7. Absolutamente Fantástico!


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Novidades Topseller: Setembro 2014

A Mulher de Má 
Marc Pastor
Topseller 
256 pp + 8 ilustradas
15,98€

A Mulher de Má de Marc Pastor, CSI de manhã e escritor à noite, revela um mundo macabro, uma história verídica que nos faz duvidar de um dia ter realmente existido uma mulher tão pérfida, capaz de crimes tão monstruosos. Um livro assombroso que agarrará o leitor da primeira à última página.

Um mundo macabro, uma história verídica na Barcelona do início do séc. XX


Tem um toque de Poe e de Bram Stoker, mas também de Sherlock Holmes e de Raymond Chandler. Este romance catalão, desenhado sordidamente, é a mistura do terror gótico com o crime realista. É horrífico, assustador e incrivelmente apaixonante.» 
- The Times

«Um enredo frenético e uma escrita extraordinariamente vívida. Altamente recomendado!» 
- The Independent

Sinopse:

Barcelona, 1912. Há crianças a desaparecer. Quando um cadáver é encontrado numa viela estreita, dilacerado e sem um pingo de sangue, surgem rumores bizarros sobre um «vampiro» que se move pelas sombras da cidade e que anda a roubar as almas d

Para a polícia trata-se apenas de mais um cadáver, num lugar onde a morte e o crime são tão frequentes que se tornaram banais. E quanto às crianças desaparecidas, ninguém quer saber dos filhos das prostitutas que povoam Barcelona. Mas para o inspetor Moisès Corvo — um polícia rude e dissoluto, com um sexto sentido peculiar — este é um mistério que tem de ser resolvido, com um criminoso que afinal é uma mulher.

Sobre o autor:

Marc Pastor nasceu em Barcelona, em 1977. Estudou criminologia e política criminal, e trabalha atualmente como investigador criminal na sua cidade natal. Autor de vários romances, o livro A Mulher Má valeu-lhe, em 2008, o prémio Crims de Tinta, atribuído ao melhor policial «negro» escrito em língua catalã.

Baseado na história verídica de Enriqueta Martí, uma mulher misteriosa que aterrorizou a cidade de Barcelona no início do século XX, este livro intrigante proporcionou a Marc Pastor projeção internacional ao ser traduzido e publicado em variadíssimas línguas por todo o mundo. As recentes viagens por diversas cidades de Inglaterra e Estados Unidos granjearam-lhe enormes elogios por parte da crítica.



Ao Encontro do Destino
Amy Hatvany
Topseller
368 pp 
8,79€

Depois de "O Jardim das Memórias", Amy Hatvany regressa com um novo e comovente romance, Ao Encontro do Destino (primeiras páginas disponíveis aqui), um extraordinário olhar sobre a dor de três mulheres e a esperança que persiste quando se sobrevive ao inimaginável.


Sinopse:

Hannah perde a filha de 12 anos num acidente. Através da doação do fígado da filha, Hannah consegue salvar a vida de uma adolescente um pouco mais velha, Maddie. Saída da redoma de proteção em que vivia por causa da doença, Maddie ganha uma nova esperança de vida para enfrentar, por fim, o desafio do mundo real. Olivia, a sua mãe, é vítima da violência do marido, mas planeia um dia fugir de casa com Maddie sem que isso implique perder a custódia da filha. Numa história arrebatadora e profundamente comovente, os caminhos destas três mulheres vão cruzar-se e as suas vidas irão alterar-se para sempre.

Sobre a autora:

Escritora norte-americana formada em Sociologia, a experiência académica e pessoal de Amy Hatvany possibilitou-lhe um grande conhecimento da natureza humana. Nos seus livros aborda diversos temas controversos, incluindo doenças mentais, violência doméstica e alcoolismo. É autora de livros muito elogiados pela crítica, como The Language of Sisters, Best Kept Secret, Heart Like Mine e O Jardim das Memórias, também publicado pela Topseller. Ao Encontro do Destino é o seu título mais recente.

Conheça melhor a autora em: 


«Amy Hatvany leva o leitor a refletir sobre uma multiplicidade de assuntos — a morte, a doação de órgãos, as famílias monoparentais, os maus tratos e o amor-próprio —, trabalhando cada tema com sensibilidade e compaixão.» - Kirkus Reviews


«À semelhança de Jodi Picoult, Amy Hatvany retrata com sensibilidade momentos da vida real, mantendo o leitor fascinado até à última página. Um livro que permanecerá consigo.» - Allison Winn Scotch, autora bestseller internacional




terça-feira, 23 de setembro de 2014

"Viagem ao fim do coração" (Ana Casaca): OPINIÃO!

"Viagem ao fim do coração" de Ana Casaca, publicado sob a chancela da Guerra & Paz Editores foi a leitura escolhida para integrar o Desafio Literário 2014: Autores Portugueses e de Língua Portuguesa neste mês de Setembro. Nunca tinha lido nada da autora Ana Casaca e a verdade é que fiquei encantada com a sua escrita que traz luz a uma narrativa que aborda temas complexos.

A sinopse de "Viagem ao fim do coração" contém a promessa de um livro que não deixará nenhum leitor indiferente. E a verdade é que à medida que me fui envolvendo nesta leitura foi impossível não me emocionar com a história de Luísa, Pedro e Tiago.

Inicialmente, Ana Casaca presenteia o leitor com a história de uma infância marcada pela violência doméstica, pelo abandono e pelo álcool. Logo à partida deparamo-nos com uma dinâmica familiar disfuncional que acaba por esculpir em Luísa e em Pedro os traços das suas personalidades.

À medida que a história vai avançando, a autora traz até junto do leitor a temível palavra: "cancro". Encontramos dois jovens cujas vidas se cruzam num momento especial. Por um lado, temos Luísa, uma adolescente que se faz de forças apesar das fragilidades causadas por um amadurecimento forçado e prematuro após a mãe abandonar o lar, deixando Luísa e o seu irmão recém-nascido, Pedro, às mãos de um pai que embora presente fisicamente, está sempre ausente emocionalmente. Por outro lado, temos Tiago, um jovem que quer abrir as suas asas e voar, mas que é "prisioneiro" por causa do imenso amor dos pais. Duas vidas que se cruzam por instantes e que se separam para se reencontrar dezasseis anos depois em circunstâncias completamente diferentes.

Numa narrativa que se faz em capítulos alternadamente narrados por Luísa, Pedro e Tiago, vamos conhecendo estas personagens à medida que Ana Casaca lhes vai conferindo uma profundidade imensa, oferecendo-lhes uma dimensão humana perfeitamente credível que os aproxima do leitor.

Luísa é agora uma mulher adulta que se depara com o terrível diagnóstico de cancro. Mas Luísa é forte, é lutadora, está habituada a debater-se contra as dificuldades desde criança e não vai deixar esta doença vencer. Tiago reencontra Luísa, após dezasseis anos e depara-se com esta realidade. Mas aquele encontro em adolescentes nunca saiu da sua mente e do seu coração e existe um amor imenso que faz com que queira estar ao lado de Luísa. Ao mesmo tempo, encontramos Pedro cuja relação com Luísa é mais do que especial pois foi ela que cuidou de si desde recém-nascido depois da mãe os abandonar. 

Como a narrativa é trazida pela voz destes três personagens acabamos por ter uma perspectiva mais abrangente sobre o cancro: se, por um lado, Luísa nos conta como é ser diagnosticada com cancro, por outro, Tiago e Pedro mostram-nos o que é ser-se familiar ou alguém próximo de um doente com cancro. Face a um diagnóstico de cancro cada pessoa reagirá de uma forma diferente: Luísa reagiu com força e determinação, mas outras pessoas haverá que se deixam abater por esta doença, desistindo de lutar logo à partida, deixando-se envolver numa nuvem de pessimismo. Ao mesmo tempo, aqueles que rodeiam a vida de alguém com cancro também podem reagir de formas distintas, revelando a capacidade de ter esperança, de se manter sempre presente ou afastando-se por serem incapazes de lidar com a situação. A autora Ana Casaca, nesta narrativa, brinda-nos com personagens que reagem de maneiras diferentes e coloca-nos perante esta temática que é deveras emocional.

"Viagem ao fim do coração" é baseado num caso real. A autora Ana Casaca inspirou-se na história da Rita, do blogue Episódios de Radio e o facto de o leitor saber que, por detrás desta narrativa, esteve um caso real, acaba por acrescentar uma emoção extra a cada página que lemos. A escrita directa, sem floreados e crua leva-nos numa leitura marcada pela rapidez pela ânsia de saber o desfecho final, mas com o aproximar das páginas o coração do leitor inquieta-se, questionando-se se o desfecho final feliz que tanto deseja será alcançado. Naquele que é um livro marcado pelo amor, pelo passado, pelo perdão e pela luta, Ana Casaca oferece-nos, mais do que uma história sobre o cancro, uma narrativa viva de emoção e de amor.

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!



segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Novidades Planeta: Setembro 2014 [2]

As seguintes novidades editoriais da Planeta, para  o final de Setembro, estarão nas livrarias na próxima quarta-feira, dia 24 de Setembro:

FICÇÃO NACIONAL

O VESTIDO COR DE PÊSSEGO
R. A. Stival

Informação técnica:

320 páginas
PVP: 17,76€
Nas livrarias a partir de 24 de Setembro

Ritmo, emoção e uma escrita erótica verdadeiramente empolgante e romântica, neste romance de estreia de Rosania Stival, uma autora brasileira apaixonada pelas suas personagens e pela vertigem que as atrai.

Uma história arrebatadora, que nos arrasta imperiosamente para a eterna batalha entre a guerra e o amor. Um grande romance histórico lusófono, muito bem documentado, povoado de gente viva, para gente que gosta de sentir o coração palpitar.

Um romance que não se consegue parar de ler, ao nível dos maiores sucessos internacionais.

Um livro viciante, uma história de amor com personagens fortes e inesquecíveis.

Uma saga, Hussardos e Dragões, que promete e criar uma legião de fãs.

Esta narrativa tem início com a Batalha de Valmy, que ocorreu durante as Guerras da Revolução Francesa. Algumas personagens que surgem no livro, sejam apenas citadas, ou com participações efectivas, são reais. Houve ainda a preocupação de se manter a fidelidade aos factos históricos ocorridos e a sua cronologia.

O segundo romance da série - Uma Canção para o Meu Amor - está já quase terminado.

Sinopse:

Muitas batalhas são vencidas nos campos do coração

O General Amadeus Barnard, da Cavalaria Ligeira da Grande Armée de Napoleão tinha um título de nascimento. 

Propriedades.
Uma biblioteca preciosa.
Era um herói nacional.
Bonito como o diabo...

Adeline Boissinot só tinha dois vestidos. Não: apenas um vestido: o que trouxera no corpo quando rumara até Paris, atrás de um sonho que nunca se realizaria... O outro, o vestido castanho que ela usava durante o dia e fora adaptado para o seu corpo delicado, era o vestido da criadagem. E ele era o seu patrão.

Sobre a autora:

Rosania Stival divide o seu coração entre o Brasil, país em que nasceu e creceu, e Portugal, onde vive há 8 anos. É formada em Letras e Psicologia, e é professora de Língua Portuguesa. O seu romance de estreia, O Vestido Cor de Pêssego, teve a sua primeira versão em 1997, como um conto de 16 páginas. Em 2013, as personagens ganham nova vida e a história recebe mais cor, acção, romance, e maior dimensão humana, mostrando dramas pessoais e colectivos, num período marcado por grande efervescência política e social. Em 2014, a saga dos Hussardos e Dragões, aqui iniciada, já promete mais paixões e aventuras que fervilham na cabeça e na ponta dos dedos de Rosania Stival, noite fora… Uma autora forte e apaixonada por histórias e pelas suas personagens, que arrasta consigo qualquer leitor que goste de vibrar, ver e sentir aquilo que lê. Afinal, é o amor que move a Lua e as estrelas, é o amor que nos faz leitores e amantes.

A CASA AZUL
Claudia Clemente

Informação técnica: 

176 páginas
16,50€
Disponível a partir de 24 de Setembro

O romance de estreia, há muito aguardado pela crítica, da dramaturga e contista, Claudia Clemente, autora de A Fábrica da Noite e O Caderno Negro.

Uma poderosa história de amor e suspense psicológico, passada na última metade do século XX, que mergulha na alma humana e na nossa história recente.

Sinopse:

A moradia de uma família arruinada, no Porto, que é demolida para dar lugar a um condomínio. Uma mulher que desistiu de tudo desde que teve de vender a casa azul e despedir-se das suas magníficas árvores. Um agente da PIDE que segue, nos anos 60, os movimentos dos habitantes da casa azul. Duas irmãs gémeas que desconhecem a existência uma da outra: uma parisiense, outra portuense. Um homem num hospital em Paris, gravemente queimado, que todos os dias é visitado por uma jovem. Uma história de amor e paixão que nasceu em Paris, no único mês de Maio em que tudo foi possível.

O QUE DIZ A CRÍTICA SOBRE AS OBRAS DESTA AUTORA

«Há três meses ninguém a conhecia. E de repente Claudia Clemente está na televisão, na rádio, nos jornais. Bastou um livro chamado O Caderno Negro. Conta histórias curtas, um género pouco frequentado em Portugal. Mas nada faríamos com essas histórias se ela não as soubesse contar.»
Alexandra Lucas Coelho, Vogue

«O Caderno Negro, livro-revelação de Claudia Clemente. Fixe-se o nome – porque temos escritora. [...] Aqui há, de facto, alguma coisa de novo para dar à ficção portuguesa contemporânea.»
Sara Belo Luís, Visão

«Claudia Clemente revela uma segurança narrativa verdadeiramente assinalável.[...] É evidente que, embora os contos sejam uma prova fundamental para um escritor, o romance espera a autora – e os leitores que neste livro a descobriram têm motivos para estar impacientes.»
Eduardo Prado Coelho, Público

Sobre a autora:

Claudia Clemente nasceu no Porto em 1970. Arquitecta de formação, estudou cinema em Barcelona e Lisboa e divide o seu trabalho actual entre a escrita e a realização cinematográfica, a ficção e os documentários. Publicou dois livros de contos, O Caderno Negro (2003) e A Fábrica da Noite (2010), e a peça Londres (2012), vencedora do Grande Prémio de Teatro da S.P.A./Teatro Aberto. O seu primeiro documentário, & etc., foi premiado nos festivais Doc Lisboa e IMAGO’07. A Casa Azul é o seu primeiro romance.

FICÇÃO ESTRANGEIRA 

A MULHER LOUCA
Juan José Millás

Informação técnica:

PVP: 16,95€
192 páginas
Disponível a partir de 24 de Setembro

Um livro imperdível.
Uma história em que o leitor decidirá o que é verdadeiro e o que é falso.
Uma investigação sobre os limites da realidade e da ficção.

Galardoado em 2008 com o Prémio Nacional de Narrativa, Juan José Millás, um dos mais reconhecidos e premiados autores ibéricos, brinda-nos agora com uma história que toca as fronteiras entre a realidade e a ficção.

Um romance que é um exercício de honestidade para enfrentar as suas angústias como autor, que condensa a essência deste mestre das palavras: humor inteligente, diálogos excepcionais e uma escrita provocadora.

Sinopse:

À volta deste novo romance convivem três Millás: o Millás autor, o Millás narrador e o Millás personagem, o que torna este livro numa mistura entre reportagem e romance, a que se junta um ingrediente autobiográfico.

O autor transforma-se no protagonista do seu próprio relato, quando ao conhecer duas mulheres que vivem na mesma casa percebe que tem ali material para escrever uma reportagem e um romance.

«Havia apenas um problema: através de que tipo de personagem iria fazer a narração? E dei-me conta de que o único personagem possível era eu», refere Millás em entrevista ao jornal El País. A protagonista de A Mulher Louca, Júlia, trabalha numa peixaria e à noite estuda gramática, porque está apaixonada pelo chefe, que na verdade é filólogo. Nos tempos livres, a jovem ajuda a cuidar de uma doente terminal, Emérita, e encontra-se com Millás, que está a fazer uma reportagem sobre a eutanásia. Durante as visitas, o escritor sente-se atraído pela ideia de romancear a vida de Júlia, embora para o fazer enfrente o seu bloqueio criativo com a ajuda da psicoterapeuta. A realidade transtorna os planos do escritor, quando Emérita revela um segredo que guardou zelosamente toda a vida. O que começara como uma crónica para o jornal converte-se então numa espécie de novela, onde se verá apanhado como personagem.

Sobre o autor:

Juan José Millás nasceu em Valência em 1946. É autor de várias obras, vencedor de vários prémios, onde se destacam O Mundo (Prémio Planeta 2007 e Prémio Nacional de Narrativa 2008), Os Objectos Chamam-nos e O que Sei dos Homenzinhos, publicados em Portugal pela Planeta, que o consagraram como um dos grandes escritores da actualidade. Dedica-se ainda ao jornalismo, sendo cronista regular do diário El País, e a sua prosa jornalística, várias vezes premiada, gerou tantos leitores fiéis como as suas obras literárias. Numa escrita psicanalítica e profunda, mas igualmente vívida na criação de ambientes, Juan José Millás criou uma obra ímpar, traduzida em 23 línguas.

ESTE HOMEM – vol. 3
CONFISSÃO
JODI ELLEN MALPAS

Informação técnica:

528 páginas
PVP: 19,95 €
Nas livrarias a partir de 24 de Setembro

Informações mais detalhadas sobre esta novidade aqui!

NÃO FICÇÃO ESTRANGEIRA 

O MUNDO NAS SUAS MÃOS
Elsa Punset

Informação técnica: 

PVP: 16,95€
216 páginas
Disponível a partir de 24 de Setembro

Depois do êxito de Uma Mochila para o Universo, a reconhecida guru em educação emocional, Elsa Punset, convida-nos a descobrir os apaixonantes segredos da nossa inteligência social.

CURSO DE CROCHÊ
Aprenda em 25 lições
Criações de Marion Madel

Informação técnica: 

PVP: 19,95€
224 páginas
Disponível a partir de 24 de Setembro

Aprenda a fazer renda com 25 criações diferentes que a ajudarão a dominar as regras de ouro do crochê.

Ponha à prova a sua criatividade com as agulhas e confeccione a sua roupa e acessórios para a próxima estação, a partir da simples técnica do crochê.


À descoberta de outra autora portuguesa: Ana Cristina Gomes

Esboço de um Sonho
Ana Cristina Gomes

Informações Técnicas:

Páginas : 66
Editora: Poesia Fã Clube

Sinopse:

Este livro não é mais que um conjunto de sentimentos expressos em palavras. São poemas de momentos, de sensações, de experiências que ficam perpetuados na escrita de um papel que não desaparecerá com o tempo. 

Aqui fica um excerto do prefácio que resume toda a essência do livro:

“Aprendi a ler com os poetas. Quis ser poeta. Perceber como se escrevem aquelas palavras quando um coração chora e uma alma uiva de dor. Quis sentir como se sente um poeta. Uma alma ferida, uma alma incompleta que se completa na incerteza de ser. Quis viver nas palavras, adormecer nos poemas. Olhar as estrelas e ler nelas um poema de amor. Ser poeta a tempo inteiro, esse sonho que acorda em mim e que acompanha os meus passos. Poesia, poemas, nada de rimas, apenas a essência de uma alma sincera na sinceridade do que escreve. Uma alma despida de adereços. Escrevo para mim. Escrevo para recordar os momentos. Escrevo na terapia da alma. Uma escrita solitária. Uma escrita de uma só pessoa. Uma escrita sem público.”

Sobre a autora:

Ana Cristina Gomes, 31 anos, nascida em Setembro de 1982. Estudou na Escola Secundária Mães D´Água tendo nascido aí o “namoro” e as primeiras tentativas de poemas. Licenciou-se em Comunicação Social. A paixão pela escrita foi sempre crescendo, sendo muitas vezes uma espécie de amparo das emoções vividas e sentidas. Outras actividades: membro do Banco de Voluntariado da Amadora, membro da direcção do Centro Cultural de São Brás, cursos /workshops de escrita e eventos.

Disponível em:

Livro aqui.
Ebook aqui.   

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

"O Jardim das Memórias" (Amy Hatvany): OPINIÃO!

A afectividade e a carga dramática que se intui através da leitura da sinopse d' "O Jardim das Memórias" de Amy Hatvany foi o elemento essencial que despertou a minha vontade de ler este livro. Sugerido pela Estefânia do blogue "Uma biblioteca aberta", lancei-me nesta leitura com elevadas expectativas e na ânsia de descobrir uma relação pai-filha que, página a página vai revelando uma complexidade marcada pela profundidade e por laços cheios de sentimento.

A pequena Eden sempre admirou o seu pai David. A relação entre ambos sempre foi marcada por um amor profundo. Embora a dinâmica familiar fosse marcada pelas constantes flutuações de humor de David, uns dias com ausências repentinas e outros com alegria, esta incerteza de qual David estaria presente naquele dia confere uma permanente inquietude no seio familiar. Não obstante, o sentimento de Eden por David não se altera e a pequena Eden acredita que o pai vai ficar bom e que a sua família será feliz até ao dia em que encontra o seu pai caído no chão da casa de banho cheio de sangue. Após esta tentativa de suicídio, a família de Eden quebra-se: a sua mãe pede o divórcio e David desaparece. 

Vinte anos se passaram, mas Eden nunca conseguiu ultrapassar o desaparecimento do seu pai e em si ficou um vazio que insiste em magoar. Depois de várias relações amorosas falhadas, Eden comece a questionar-se se este facto não estará relacionado com o desaparecimento do pai. Afinal, se o seu próprio pai foi capaz de abandoná-la, como é possível que se deixe amar sem receio de ser abandonada de novo? É neste momento que Eden decide procurar o seu pai e tentar resolver este vazio que a impede de avançar verdadeiramente com a sua vida.

É nesta busca por David que Eden vai encontrar o albergue para sem-abrigos dirigido por Jack Baker. Jack aceita ajudar Eden na sua busca se ela fizer voluntariado no albergue e assim começa uma relação que irá florescer repleta de afectos, emoções e sentimentos.

Numa narrativa que intercala capítulos referentes ao passado e ao presente nas vozes de Eden e de David, Amy Hatvany consegue dar-nos a visão de cada uma destas personagens centrais d' "O Jardim das Memórias". Se, por um lado, conseguimos ir ao passado e ver a realidade pelos olhos de uma menina, por outro, regressamos ao presente e vemos a perspectiva de uma mulher adulta. Ao mesmo tempo, encontramos um David no passado que se debate com os seus demónios interiores e cujo amor imenso pela filha não o impede, mesmo assim, de tentar acabar com a sua própria vida e chegamos ao presente e encontramos um David que ainda se debate com os seus humores inconstantes, que tem momentos de tentar melhorar e combater a doença, mas cuja liberdade fala mais alto e o leva a viver na rua, rejeitando a medicação que lhe rouba a criatividade tão essencial na vida de um artista.

É de forma sublime que a autora Amy Hatvany nos coloca perante uma narrativa onde a relação filha - pai é colocada às claras, de forma intensa e marcante, ao mesmo tempo que nos é dada uma visão sobre a doença mental, não só pelos olhos de quem observa de fora, mas também através da voz daquele que padece de um transtorno. É visível que as oscilações de humor de David apontam para um transtorno bipolar que o leva a atingir picos de depressão alternados com momentos marcados por uma alegria eufórica e quase maníaca. Mas a David nunca foi feito um diagnóstico conclusivo e a sua batalha com a medicação e o torpor que a mesma provoca em si são trazidos até ao leitor e vemos um David que anseia pela liberdade, que não se adapta às regras sociais. 

Assim, através de uma escrita que consegue ser simultaneamente fluída e intensamente emocional, Amy Hatvany coloca-nos perante a problemática da doença mental e o seu impacto nas variadas vertentes da vida humana (familiar, profissional e social), oferecendo-nos personagens cujo realismo as aproxima do leitor. Afinal, David poderia um familiar ou um conhecido nosso. Podia ser perfeitamente a nossa história ou de alguém próximo e isso faz com que se criem laços entre leitor e personagens no decorrer da leitura.

À parte de uma narrativa marcada por temáticas fortes como a doença mental, os sem-abrigo, o divórcio, a tentativa de suicídio e até o alcoolismo, encontramos páginas cheias de laços afectivos, ao mesmo tempo que acompanhamos uma história de amor que nasce e se fortalece, à medida que Eden responde a questões que sempre a acompanharam, se vai descobrindo como pessoa e vai resolvendo o vazio deixado pelo desaparecimento súbito de David.

"O Jardim das Memórias" de Amy Hatvany é sem dúvida nenhuma uma leitura marcante, cuja narrativa é plena de laços, onde as personagens vibram com credibilidade e cujo enredo repleto de temáticas duras perfeitamente exploradas lançam o leitor numa leitura que se faz de forma suave e, simultaneamente, comovente. Amy Hatvany é inegavelmente uma autora a seguir futuramente.

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!


terça-feira, 16 de setembro de 2014

Novidades Planeta: Setembro 2014 [1]

A seguinte novidade Planeta chegará às livrarias no dia 24 de Setembro:

ESTE HOMEM – vol. 3
CONFISSÃO
JODI ELLEN MALPAS

Informação técnica:

528 páginas
PVP: 19,95 €
Nas livrarias a partir de 24 de Setembro


Chega agora ao fim a mais quente e sexy trilogia erótica.
Este homem chegou para ficar.

Amor, intensidade, intriga e desespero na conclusão da trilogia que apaixonou milhares de leitores em Portugal e todo o mundo.

«Uma quente e sexy trilogia da mais recente autora-sensação na ficção erótica.»
Marie Claire

Tal como os volumes anteriores – O Amante e Obsessão – este continua a ser um livro altamente viciante, uma história de amor com personagens surpreendentes, bem construídas e adoráveis.

O primeiro livro desta trilogia, autopublicado pela autora, teve uma resposta assombrosa, de tal forma que logo a seguir foram publicados os segundos e terceiros volumes.

Esta série erótica permanece há meses na lista de best-sellers do The New York Times e do Sunday Times.

Sinopse:

BEM-VINDA AO MUNDO SENSUAL DE ESTE HOMEM

Neste último livro da trilogia, o leitor vai conhecer o final empolgante da história entre o aristocrata Jesse Ward e a jovem designer de interiores Ava O’Shea. The Manor, o local onde começou a sua história de amor apaixonada, enche-se de convidados para o que deverá ser o dia mais feliz das vidas de Ava e Jesse. Ela aceitou que nunca conseguirá domar o lado selvagem de Jesse, e também não o deseja fazer. O seu amor é profundo, sua ligação poderosa, mas quando pensa que por fim tudo está bem, de súbito surgem mais dúvidas e perguntas, levando Ava a suspeitar que Jesse Ward poderá não ser o homem que pensa que é. Ele sabe como levá-la para um lugar além do êxtase… mas também a conduzirá ao desespero? É chegada a hora de este homem se confessar.

Sobre a autora:

Jodi Ellen Malpas nasceu em Northampton, onde vive com a família. Enquanto trabalhava na empresa de construção do pai foi cimentado a trama de a trilogia e criou a personagem de Jesse Ward. Em 2012 decidiu autopublicar O Amante, o primeiro livro, e a massiva resposta das leitoras motivou-a a terminar a trilogia. Catapultada para o número 1 do The New York Times, a trilogia Este Homem converteu-se no fenómeno do ano coroando Jodi Ellen Malpas como a nova rainha do romance erótico. Mais de um milhão de leitoras apaixonaram-se por Jesse...

Primeiro e segundo livros da trilogia Este Homem:



segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Resultado do Passatempo Editorial Presença: "O Pintassilgo" de Donna Tartt

Aqui está o resultado do passatempo realizado com a preciosa colaboração da Editorial Presença que terminou ontem dia 14 de Setembro às 23h59 e que tinha para oferecer um exemplar do livro "O Pintassilgo" da autora Donna Tartt!

Neste passatempo Editorial Presença contamos com 293 participações válidas!

Obrigado por continuarem a participar nestes passatempos :)!

As respostas correctas às perguntas eram:


1. "O Pintassilgo" venceu o Prémio Pulitzer de Ficção 2014:
Resposta: verdadeiro.

2. Como se chama o adolescente de 13 anos, que vive em Nova Iorque com a mãe com quem partilha uma relação muito próxima e que é a figura parental única?
Resposta: Theo Decker.

3. "O Pintassilgo" é um livro poderoso sobre amor e perda, sobrevivência e:
Resposta: capacidade de nos reinventarmos.

Desta vez tínhamos 1 livro para oferecer!

A vencedora do passatempo é:


12. Maria Piteira (Vidigueira)

Parabéns!


«Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui»
«Para mais informações sobre o livro O Pintassilgo, clique aqui»


quinta-feira, 11 de setembro de 2014

"Não digas nada" (Mary Kubica): OPINIÃO!

A capa de "Não digas nada" por si só desperta a atenção do leitor e faz-nos questionar que mistérios estarão escondidos nas páginas deste livro de Mary Kubica. A sinopse apenas faz crescer a curiosidade e a vontade de nos atirarmos numa leitura que promete ser intensa e cheia de suspense.

Mia Dennett, filha de um juiz de sucesso (James Dennett) e de uma figura do jet set (Eve Dennett). Mia Dennett, uma jovem que sempre tentou distanciar-se desta vida privilegiada e que é uma simples professora de artes visuais. De repente algo inesperado acontece na vida de Mia quando decide sair de um bar com um homem que acabou de conhecer: Colin Thatcher. Mia é raptada naquele que parece ser um esquema para extorquir um resgate valioso à família Dennett. Mas o plano inicial é alterado quando Colin decide aprisionar Mia numa cabana para os proteger da policia e dos criminosos que o contrataram. 

Em "Não digas nada", a narrativa é-nos trazida pelas vozes de Eve (a mãe de Mia), Inspector Gabe Hoffman (responsável pela investigação do rapto de Mia) e Colin (o raptor de Mia) num esquema que se faz de "Antes" e "Depois" do rapto de Mia. Esta alternância entre "antes" e "depois" e as diferentes perspectivas das personagens permite-nos ir conhecendo Mia e a sua família e as investigações, bem como quem é afinal Colin. E possibilita-nos ainda conhecer uma Mia antes do rapto e uma Mia completamente diferente depois deste acontecimento traumático. A forma como a autora coloca em evidência o impacto que este rapto teve em Mia acaba por conferir uma carga dramática intensa a uma narrativa já de si bastante cativante.

Além disso, esta estrutura inteligentemente arquitectada permite-nos conhecer os medos e anseios das personagens, as suas inseguranças e sonhos, bem como as suas dinâmicas relacionais onde fica bem visível que por detrás de uma capa de perfeição se esconde na verdade uma família Dennett que vive de aparências. Acresce ainda que a parte da narrativa feita pela voz de Colin nos dá uma perspectiva social completamente díspar daquela onde se insere a família Dennett onde é posto a nu o background desta personagem que longe de ser um privilegiado, cresceu num ambiente familiar desestruturado e de fraca condição social. Não obstante, este background, Colin acaba por revelar uma ligação profunda à sua mãe e acaba por surpreender o leitor à medida que o vamos conhecendo de forma mais detalhada.

É inegável que a autora consegue prender-nos a uma leitura que se faz de uma narrativa repleta de mistério e suspense e à medida que vamos acompanhando a relação que se estabelece entre Colin e Mia numa cabana isolada começamos a entrar num enredo repleto de uma aura psicológica que atrai e nos faz tentar analisar esta dinâmica peculiar entre raptor e vítima. 

Neste que é o livro de estreia de Mary Kubica, a carga psicológica que está patente em cada virar de página e que coloca em suspenso o leitor à medida que a acção se vai desenrolando faz com que seja uma estreia deveras cativante e provoque no leitor a ânsia de ver mais livros seus publicados por cá. A escrita fluída, mas vincadamente psicológica confere à narrativa uma intensidade própria que lança o leitor numa leitura quase compulsiva até ao epílogo onde uma revelação simplesmente inesperada deixa o leitor boquiaberto. 

CLASSIFICAÇÃO: 6. Excelente!


terça-feira, 9 de setembro de 2014

"Quando éramos mentirosos" (E. Lockhart): OPINIÃO"

Quando terminei a leitura de "Quando éramos mentirosos" de E. Lockhart o primeiro adjectivo que me veio à mente para descrever este livro foi: "diferente". Depois absorvi melhor a história e além de "diferente" comecei a pensar neste livro como "inesperado". É verdade que a sinopse é simplesmente intrigante. E foi essa aura de mistério que me levou a entrar nesta leitura com curiosidade, com ansiedade e com expectativa. 

A verdade é que gostei da leitura assim que a comecei. Um desenho da ilha privada da família Sinclair, bem como a árvore genealógica desta família permite-nos logo à partida conhecer os intervenientes na trama que se vai desenrolar. Uma família aparentemente perfeita, com estatuto social elevado. Basicamente uma família com posses que passa todos os seus verões na ilha privada de Beechwood. Um grupo de adolescentes que são primos e um amigo que se junta ao grupo apesar de pertencer a uma classe social inferior. Este grupo é denominado de "Mentirosos" e o título deste livro "Quando éramos mentirosos" apenas revela o seu verdadeiro significado aquando do desfecho final que se revela absurdamente surpreendentes e inesperado.

Cadence pertence aos "Mentirosos" e é a herdeira da fortuna Sinclair. Gat é o jovem outsider da família Sinclair que tem uma visão mais objectiva da realidade. Os Sinclair, protegidos na sua ilha privada, parecem viver uma vida idílica, sem conflitos e sem segredos, mas a verdade é que as aparências iludem.

Numa narrativa que nos é trazida pela voz de Cadence vamos conhecendo cada personagem a pouco e pouco, ao mesmo tempo que vamos conhecendo as vivências destes adolescentes, as suas paixões, os seus medos, os seus sonhos para o futuro. Conhecemos também os adultos Sinclair e começamo-nos a aperceber que nem tudo é como parece ser.

Quando Cadence tem um acidente no verão 15 (quando tinha quinze anos de idade) tudo muda. Passados dois anos desde o acidente, Cadence regressa à ilha. O acidente deixou marcas: uma amnésia que não a deixar lembrar-se do que realmente aconteceu no verão 15 e Cadence quer mesmo trazer até si as recordações, descobrir o que aconteceu. Mas será que há coisas que não ficam melhor no esquecimento? Será que recordar não será mais doloroso? 

A narrativa feita por Cadence em que tanto está no presente como salta para o passado leva-nos a pensar se o que esta jovem narra é realidade mesmo ou se será imaginação sua. A amnésia leva-nos a ficar na incerteza quanto ao que é narrado adensando assim o mistério que vai num crescendo gradual até ao final.

Os capítulos pequenos e o volume de diálogos, juntamente com uma escrita fluída, levam-nos por uma leitura que se faz com rapidez e curiosidade. A trama vive das intrigas familiares, dos segredos ocultos, das aparências de uma família perfeita que afinal está cheia de imperfeições e onde as dinâmicas familiares se revelam manifestamente complexas, ao mesmo tempo que as personagens se mostram distintas e únicas nas suas mentiras e segredos.

O carácter diferente e único deste livro faz com que seja difícil opinar sobre ele e expor em palavras a dimensão desta narrativa, ao mesmo tempo que torna compreensível o facto deste ser um daqueles livros que suscitam opiniões completamente opostas por parte de quem o lê: ou se gosta muito ou não se gosta nada. Sendo um livro tão diferente provoca reacções intensas e diversas por parte dos leitores. Podendo ser inicialmente encarado como um livro sobre adolescentes, com o decurso da acção, "Quando éramos mentirosos" floresce numa narrativa bem mais forte do que se poderia imaginar. O final arquitectado por E. Lockhart é indubitavelmente inesperado e traz até ao leitor uma autora a seguir com atenção futuramente.

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!