A história de "O Indesejado" centra-se numa zona rural onde existe a propriedade Hundreds Hall, pertencente à família Ayres há várias gerações.
Tive oportunidade de ler este livro na sequência do passatempo realizado em colaboração com a Editorial Bizâncio e, apesar de não ser policial, ouve uma frase na sinopse que me intrigou imediatamente: "Mas estarão os Ayres assombrados por algo mais sinistro do que um modo de vida que está a desaparecer»?
Esta questão deixou-me com "a pulga atrás da orelha" e assim comecei a leitura do livro.
Quando a empregada adolescente dos Ayres adoece - Betty - o Dr. Faraday desloca-se a Hundreds Hall e, logo no início do livro, leva-nos pelas suas memórias de Hundreds Hall enquanto menino já que a sua mãe tinha sido criada doutra geração de Ayres.
E é a comparação entre as memórias de criança do Dr. Faraday, pautadas pela majestosidade e elegância de Hundreds Hall, e a realidade actual que o vão deixar surpreendido: encontra uma Hundreds Hall envelhecida, sem as condições fantásticas que outrora tivera.
Acho que logo desde início que a propriedade de Hundreds Halls deixa o Dr. Faraday fascinado e aos poucos este vai envolvendo-se com a familía Ayres, constituída pela mãe (Mrs. Ayres) e os seus dois filhos jovens: Caroline e Roderick.
Quando o Dr. Faraday consulta a jovem Betty percebe que ela não está doente mas constata, ao mesmo tempo, que a criada adolescente parece ter medo daquela casa e ela própria lhe diz que há "uma coisa ruim aqui".
E, à medida que fui lendo, fui vendo como se passava de uma relação de médico - família Ayres para amigo - família Ayres. Parece que Hundreds Hall exercia uma magia sobre o Dr. Faraday levando-o a visitar aquela família cada vez com maior assiduidade.
Ao mesmo tempo, a autora, através de uma escrita envolvente e elegante, vai-nos apresentando esta família Ayres que, embora vivendo numa Hundreds Hall que já não é brilhante como no antigamente, parece ainda viver no passado, quase como que fixada numa outra época.
Aos poucos vão acontecendo coisas estranhas e aí comecei a ficar cada vez mais curiosa: enquanto Roderick acreditava que havia um mal naquela casa, o Dr. Faraday, enquanto médico, tinha uma explicação mais científica para os acontecimentos: Roderick estava com um esgotamento nervoso que o levava a ter alucinações.
Ao longo do livro vamos vendo que este "mal" (seja ele assombração ou doença mental) vai acompanhar, um a um, cada elemento da família.
As descrições envolventes e os acontecimentos realmente estranhos aliados a uma leitura destas passagens já madrugada a dentro, são capazes de nos deixar a olhar por cima do ombro não vá aparecer um fantasma (eu, como li, as 100 páginas finais do livro já depois da meia-noite confesso que fiquei com algum receio, tão envolvente era a leitura).
E, embora tenha uma formação académica que me dizia "fantasmas não existem e esta família Ayres está é toda perturbada" também dei por mim a questionar-me se seria mesmo doença mental ou se seria assombração.
Acho que esta é a grande questão do livro e cada um acreditará no que quer e fará a sua análise pessoal.
Foi sem dúvida um gosto conhecer a escrita da autora Sarah Waters que me conseguiu envolver e fazer entrar no fascínio de Hundreds Hall.
CLASSIFICAÇÃO: 4. Bom!
Tive oportunidade de ler este livro na sequência do passatempo realizado em colaboração com a Editorial Bizâncio e, apesar de não ser policial, ouve uma frase na sinopse que me intrigou imediatamente: "Mas estarão os Ayres assombrados por algo mais sinistro do que um modo de vida que está a desaparecer»?
Esta questão deixou-me com "a pulga atrás da orelha" e assim comecei a leitura do livro.
Quando a empregada adolescente dos Ayres adoece - Betty - o Dr. Faraday desloca-se a Hundreds Hall e, logo no início do livro, leva-nos pelas suas memórias de Hundreds Hall enquanto menino já que a sua mãe tinha sido criada doutra geração de Ayres.
E é a comparação entre as memórias de criança do Dr. Faraday, pautadas pela majestosidade e elegância de Hundreds Hall, e a realidade actual que o vão deixar surpreendido: encontra uma Hundreds Hall envelhecida, sem as condições fantásticas que outrora tivera.
Acho que logo desde início que a propriedade de Hundreds Halls deixa o Dr. Faraday fascinado e aos poucos este vai envolvendo-se com a familía Ayres, constituída pela mãe (Mrs. Ayres) e os seus dois filhos jovens: Caroline e Roderick.
Quando o Dr. Faraday consulta a jovem Betty percebe que ela não está doente mas constata, ao mesmo tempo, que a criada adolescente parece ter medo daquela casa e ela própria lhe diz que há "uma coisa ruim aqui".
E, à medida que fui lendo, fui vendo como se passava de uma relação de médico - família Ayres para amigo - família Ayres. Parece que Hundreds Hall exercia uma magia sobre o Dr. Faraday levando-o a visitar aquela família cada vez com maior assiduidade.
Ao mesmo tempo, a autora, através de uma escrita envolvente e elegante, vai-nos apresentando esta família Ayres que, embora vivendo numa Hundreds Hall que já não é brilhante como no antigamente, parece ainda viver no passado, quase como que fixada numa outra época.
Aos poucos vão acontecendo coisas estranhas e aí comecei a ficar cada vez mais curiosa: enquanto Roderick acreditava que havia um mal naquela casa, o Dr. Faraday, enquanto médico, tinha uma explicação mais científica para os acontecimentos: Roderick estava com um esgotamento nervoso que o levava a ter alucinações.
Ao longo do livro vamos vendo que este "mal" (seja ele assombração ou doença mental) vai acompanhar, um a um, cada elemento da família.
As descrições envolventes e os acontecimentos realmente estranhos aliados a uma leitura destas passagens já madrugada a dentro, são capazes de nos deixar a olhar por cima do ombro não vá aparecer um fantasma (eu, como li, as 100 páginas finais do livro já depois da meia-noite confesso que fiquei com algum receio, tão envolvente era a leitura).
E, embora tenha uma formação académica que me dizia "fantasmas não existem e esta família Ayres está é toda perturbada" também dei por mim a questionar-me se seria mesmo doença mental ou se seria assombração.
Acho que esta é a grande questão do livro e cada um acreditará no que quer e fará a sua análise pessoal.
Foi sem dúvida um gosto conhecer a escrita da autora Sarah Waters que me conseguiu envolver e fazer entrar no fascínio de Hundreds Hall.
CLASSIFICAÇÃO: 4. Bom!
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