quarta-feira, 13 de julho de 2011

"Cinza e Poeira" (Yrsa Sigurdardóttir): OPINIÃO!

Sempre que são lançados livros de autores nórdicos com sinopses apelativas eu fico imediatamente atenta.

E, como seria de esperar, quando li a sinopse do livro "Cinza e Poeira" da autora islandesa Yrsa Sigurdardóttir fiquei conquistada.

Frases como, por exemplo:

"Na Islândia, sob as cinzas do vulcão, vários crimes e uma investigação no fio da navalha" e "A resposta islandesa a Stieg Larsson" são efectivamente frases que despertam a curiosidade dos leitores que apreciam policiais.

Ao iniciar a leitura deste livro sabia que ia conhecer a advogada Thóra Gudmundsdóttir que vai ajudar Markús Magnússon numa situação complexa: Markús ao voltar às Ilhas Westmann, trinta anos após a erupção vulcânica, descobre na cave da sua casa de então três cadáveres e uma cabeça.

Quando interrogado pela polícia, Markús afirma que fora recuperar a caixa (onde estava uma cabeça humana) a pedido de uma amiga de infância.

É esta a situação que dá início a uma verdadeira aventura: Markús a declarar que é inocente e que quando foi buscar a caixa a pedido da amiga não fazia ideia da existência de uma cabeça e mais 3 cadáveres na cave da sua antiga casa.

Depois temos Thóra a tentar por todos os meios ajudar Markús.

Este livro prendeu-me desde a primeira página porque a narrativa se inicia imediatamente com a descoberta da cabeça e dos 3 corpos e, como tal, fiquei logo na expectativa de saber quem eram as pessoas mortas, como tinham morrido, quem era o assassino, se Markús era inocente ou culpado e como os corpos e a cabeça tinham ido parar à cave de Markús.

Com grande facilidade li mais de 100 páginas por dia e rapidamente me embrenhei na história e fiquei a conhecer imensas personagens.

A destacar nesta leitura foi a forma como a autora conseguiu interligar personagens e as suas histórias, ao mesmo tempo, que conseguiu transmitir que muitos mistérios eram escondidos: muitas ligações, muitos segredos, personagens a encobrirem outras personagens.

De realçar também a expectativa criada ao longo das páginas quando a tal amiga que tinha pedido a Markús que fosse à cave buscar a caixa aparece morta: suicídio ou homicídio?

Aos poucos a advogada Thóra vê-se envolta em inúmeras questões sem resposta, nas Ilhas Westmann, onde todos parecem ter algo a esconder e, como consequência, acabamos por nos questionar: afinal que mistérios encerram estas ilhas e o que é que aconteceu realmente há 30 anos atrás, aquando da erupção vulcânia da Islândia?

Todos os habitantes viram-se forçados a abandonar as suas casas e, passado estes anos todos, os mistérios serão desenterrados das cinzas.

Com uma narrativa rápida, um conjunto de personagens misteriosas e cativantes e crimes por resolver, ficamos colados às páginas na ânsia de desvendar tudo.

E quando estamos a terminar a leitura ficamos boquiabertos a olhar para o texto enquanto tentamos assimilar toda a informação e percebemos quem era o assassino afinal e sobretudo o que é que aconteceu, como aconteceu e porque aconteceu.

Achei a escrita da autora muito interessante e fluída. E gostei bastante da forma profunda como explora cada personagem e a sua capacidade para nos envolver na leitura e para esmiuçar as motivações do crime.

Com um enredo bem engendrado esta é uma leitura que eu aconselho sem reservas!

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!

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