sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

"O Caixote de Madeira" (Leon Leyson e outros): OPINIÃO!

"O Rapaz do Caixote de Madeira" traz até ao leitor uma história verídica, através da voz do seu protagonista Leon Leyson, num relato feito na primeira pessoa sobre os horrores do Holocausto. Nesta narrativa tão pessoal, envolvente e inquietante, o leitor faz uma viagem pela vida do pequeno Leon, da sua família e amigos e é profundamente tocado ao ver-se confrontado com o sofrimento a que foram sujeitos, apenas por serem judeus, sofrimento esse atroz e decorrente de uma visão nazi verdadeiramente distorcida e irracional que levou a cabo uma perseguição sem precedentes contra este povo durante a Segunda Guerra Mundial.

Através de uma escrita fluída e repleta de emoção, o leitor faz um caminho acompanhando Leon por uma infância feliz que acabou por sofrer mudanças drásticas aquando da invasão nazi na Polónia em 1939. A partir deste momento fulcral, Leon viu-se perante obstáculos e experiências que colocaram em perigo a sua vida, a da sua família e a de tantos outros judeus.

No entanto, "O Rapaz do Caixote de Madeira" é igualmente um livro sobre bondade, esperança e superação.

Numa altura em que Leon e a sua família temeram pelas suas vidas, surgiu um homem que fez toda a diferença: Oskar Schindler, um alemão que, ao contrário de tantos outros alemães que apoiavam a causa nazi, decidiu arriscar a sua própria vida para ajudar milhares de judeus.

Naquela que ficaria conhecida como "A Lista de Schindler", este homem incluiu nomes de judeus como trabalhadores da sua fábrica, nomeadamente Leon e alguns familiares, levando alguns alemães influentes a acreditar que estes trabalhadores judeus eram essenciais, afastando-os assim dos terrores de Plaszów (pequeno povoado nos arredores de Cracóvia em que os nazistas, em 1941, construíram um campo de concentração).

Leon era tão pequeno que tinha de subir para um caixote de madeira para conseguir chegar aos comandos das máquinas da fábrica de Schindler. 

Num livro pequeno no que toca ao número de páginas, está encerrado um relato e uma mensagem de intensa magnitude que retrata, através dos olhos de uma criança, o horror e a brutalidade que os judeus enfrentaram: as famílias que foram separadas, o frio, a fome, os trabalhos forçados, o cheiro a morte e a constante incerteza relativamente ao futuro. Ao mesmo tempo, este é um livro que nos mostra a coragem, a união, a astúcia e a persistência necessárias para conseguir sobreviver.

"O Rapaz do Caixote de Madeira" é um livro sobre valores humanos que nos ensina muito sobre o Holocausto e que nos mostra que "um herói é um ser humano vulgar que faz «a melhor das coisas no pior dos tempos»". Schindler foi um herói e Leon Leyson, uma criança que ao tornar-se homem não deixou que o passado o definisse enquanto pessoa.

Em suma, "O Rapaz do Caixote de Madeira" é um livro a não perder, que não deixará nenhum leitor indiferente, dada a sua veracidade, emoção, história e lições de vida.

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!

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