"O Juramento da Rainha" foi outra das minhas leituras de Dezembro de 2013 e, depois de um thriller de ritmo alucinante como "Tríptico", nada melhor do que embarcar na leitura de um romance histórico e perder-me numa narrativa cheia de grandiosidade, salões majestosos, intrigas e paixões.
"O Juramento da Rainha" debruça-se sob a figura de Isabel I de Castela, que ficou conhecida como Isabel, a Católica, e finda a leitura posso concluir que esta figura histórica suscita paixões e divergências, nomeadamente entre historiadores. Amada por uns por lutar para conseguir unir um reino desavindo e odiada por outros por ter decretado o estabelecimento da Santa Inquisição, Isabel tem de ser vista à luz de uma época repleta de pressões e intrigas.
Efectivamente, Isabel, a Católica é uma figura que não reúne consenso, mas a verdade é que o autor C. W. Gortner traça um retrato deveras interessante daquela que nunca imaginou ter nascido para ser Rainha de Castela.
Através de uma narrativa realista e repleta de descrições com uma aura muito própria ficamos a conhecer Isabel a mulher, a esposa, a mãe e a rainha e todas as exigências e lutas decorrentes de cada um destes papéis. Se, por um lado, se torna apaixonante assistir ao lado emocional da Isabel mulher, por outro é cativante conhecer a Isabel racional, ciente das suas responsabilidades enquanto símbolo máximo de um reino.
"O Juramento da Rainha" reveste-se de uma narrativa envolvente onde, através de uma escrita fluída e astuta, o autor C. W. Gortner, dá a conhecer ao leitor, as personalidades ricas e únicas de várias personagens históricas, onde se destaca inquestionavelmente a figura de Isabel, a Católica: uma mulher que acima de tudo mantém os seus ideais até ao fim.
No que toca ao enredo, este é pautado pela riqueza de cenários, personagens, personalidades, dinâmicas relacionais e jogos de conspiração e poder.
Deste modo, "O Juramento da Rainha" afigura-se-nos um romance histórico capaz de agradar seriamente aos apreciadores deste género literário que anseiem não só, conhecer de forma mais profunda, Isabel, a Católica, mas que também queiram ter um suave vislumbre dos restantes elementos do seu núcleo familiar, sendo que por ser narrado na primeira pessoa faz com que se estabeleça, de forma instantânea, uma proximidade entre o leitor e Isabel e restantes personagens, conferindo-lhes um cariz muito humano que vai surpreendendo ao longo de uma narrativa onde a intensa pesquisa bibliográfica do autor contribui para uma leitura ritmada onde o retrato social, político e económico sobressai pelo seu realismo.
CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!
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