quarta-feira, 11 de junho de 2014

O Assassinato de Roger Ackroyd (Agatha Christie): OPINIÃO!

A minha colecção Agatha Christie já conta com um número agradável de livros e a verdade é que ler um livro desta autora é sempre uma aventura. Já li alguns títulos (A SuspeitaDestino: FrankfurtAs dez figuras negrasMorte na praiaOs crimes do ABCO cavalo amareloAnúncio de um crimeUm crime no expresso do OrienteO enigma das cartas anónimasA visita inesperada e O espelho quebrado): alguns gostei mais, outros menos, mas o elo comum a todos eles é que oferecem sempre ao leitor páginas repletas de mistério. 

Juntamente com "Anúncio de um crime" e "Um crime no expresso do Oriente", "O Assassinato de Roger Ackroyd" entrou directamente para o meu Top Favoritos Agatha Christie. Peguei no livro e passados uns instantes já estava presa à narrativa. Não sendo um livro grande, devorei-o em dois dias e fiquei deliciada por voltar a encontrar Hercule Poirot.

Numa pequena aldeia onde todos se conhecem, onde parece que todos sabem da vida uns dos outros e quando algo inesperado acontece o som dos mexericos começa a fazer-se notar intensamente, surgindo teorias sobre o sucedido. Quando Mrs. Ferrars morre, coloca-se a hipótese de suicídio, pois dizia-se que esta tinha envenenado o marido. Quando Roger Ackroyd que, segundo os rumores mantinha uma relação próxima com a falecida Mrs. Ferrars, morre, é inevitável que o leitor se questione se estas duas mortes estarão relacionadas. 

O Dr. James Sheppard é o médico da aldeia. Vive com a sua irmã Caroline, cuja personalidade peculiar confere brilho à narrativa: Caroline parece saber sempre tudo sobre o se que passa, tendo uma rede de "informadores" extensa que a mantém a par das novidades. O Dr. James Sheppard vê-se confrontado com a morte de Mrs. Ferrars e, pouco depois, é o seu amigo Roger Ackroyd que morre assassinado. É no seu vizinho novo, Poirot, que decide procurar ajuda para desvendar a morte de Ackroyd.

Poirot, agora afastado das investigações e tentando viver uma vida isolada e de anonimato, acaba por se ver envolvido neste caso misterioso da morte de Roger Ackroyd e, a par com a investigação policial, vai retirando as suas conclusões a partir das suas observações, interrogatórios e raciocínios.

Agatha Christie vai-nos levando por uma narrativa repleta de suspense, à medida que nos vai dando a conhecer aqueles que constituem a família e amigos próximos de Roger Ackroyd. Enquanto o enredo vai avançando, o leitor vai percebendo que algumas pessoas poderiam ter motivos para matar Ackroyd. O mistério adensa-se e a curiosidade aumenta na ânsia da revelação da identidade do assassino.

Através de uma narrativa repleta de diálogos, o leitor vai-se embrenhando profundamente na leitura e vai acompanhando Poirot que faz uso da sua extraordinária capacidade de raciocínio e observação para chegar à resolução do crime.

Se por vezes suspeitamos de certa personagens, noutras alturas acontece que algo é revelado e a dúvida instala-se. Cada personagem parece guardar um segredo e querer esconder algo, o que dificulta chegar à verdade. Mas Poirot começa a juntar as peças até que o puzzle se completa perante os olhos do leitor. 

Embora com o aproximar do final do livro tenha sentido uma inclinação para a identidade do criminoso e a mesma se tenha revelado certa, a verdade é que Agatha Christie, através do seu magnífico Poirot, conseguiu surpreender-me. Eu, enquanto leitora, suspeitava de uma personagem, mas a verdade é que ainda assim, foi o raciocínio de Poirot, a forma como foi juntando pistas e observando aspectos aparentemente sem importância, que me deixou boquiaberta. Ao percebermos como o crime foi cometido e como Poirot consegue chegar à identidade do assassino, somos capturados pela excelência de raciocínio e lógica desta personagem sem igual.

Em suma, "O Assassino de Roger Ackroyd" de Agatha Christie reveste-se de todos os ingredientes fulcrais num bom policial: personagens intrigantes, múltiplos suspeitos, pistas cujos significados e importância têm de ser analisados, muito suspense e crime(s) a ser(em) desvendado(a). Assim, esta é uma leitura que se faz a um ritmo célere, com um voltar de páginas ritmado e ansioso, onde a expectativa pela revelação final acompanha o leitor até à última página.

CLASSIFICAÇÃO: 6. Excelente!


Sem comentários: