segunda-feira, 23 de junho de 2014

"Os Filhos do Éden" (Ken Follett): OPINIÃO!

Ken Follett é Ken Follett! Dos livros do autor que li até ao momento (Os Pilares da Terra I, Os Pilares da Terra II, A Ameaça, O Voo das Águias, O Escândalo Modigliani) não houve nenhum que eu não tivesse gostado. Claro que é verdade que gostei mais de uns do que de outros, mas a qualidade das suas narrativas está sempre presente. Ken Follett nunca desilude e talvez seja esse o seu segredo para conquistar um tão vasto número de leitores: desde os seus romances históricos até aos seus thrillers há sempre histórias que agarram quem é apaixonado pelos livros.

Quando li a sinopse d' "Os Filhos do Éden" questionei-me se a temática do livro me iria prender e iniciei a leitura esperando ser surpreendida por este autor tão apreciado e é inquestionável que algo na narrativa me prendeu de uma forma tão automática que me deixou espantada e lançou-me numa leitura onde o voltar de páginas foi feito com imensa expectativa e crescente interesse como se um poder mágico me tivesse aprisionado às linhas e quando num dia apenas devorei duzentas páginas percebi que estava perante mais um sucesso literário de Ken Follett.

De um lado temos uma comunidade que vive isolada no sopé da Serra Nevada e que abomina o materialismo das sociedades actuais e que vive de uma forma muito natural e despretensiosa, onde o seu líder Priest desempenha um papel fulcral, mantendo bem presentes os ideais desta comunidade que vive isolada e rodeada de um secretismo intenso e do outro lado temos as forças policiais do FBI, sob a alçada da agente Juddy Maddox, que são chamadas a intervir quando um grupo anónimo ameaça provocar um terramoto. 

Por detrás desta ameaça perigosa está esta comunidade secreta que se sente em perigo por causa do projecto de construção de uma barragem próxima do local onde vivem e onde construíram toda a sua vida. Se a barragem for construída, tudo aquilo que têm desaparecerá sob as águas e a forma de impedirem essa destruição é precisamente através da ameaça de fazer algo tão radical que provoque medo às forças governamentais e as faça desistir deste projecto. Será que é mesmo possível provocar um terramoto? Se sim, como? E será que os fins justificam os meios mesmo que isso implique a possibilidade de se ceifarem vidas humanas inocentes?

Numa narrativa que se faz alternada entre as vozes desta comunidade e as vozes do FBI, o autor Ken Follett dá-nos as perspectivas de ambos os lados, ao mesmo tempo que vai conferindo uma profundidade gradual a cada uma das personagens envolvidas.

"Os Filhos do Éden" remete-nos para uma narrativa onde o tempo voa. A acção decorre num ritmo frenético e o leitor sente na pele uma sensação de urgência que torna a leitura inquieta e impaciente fazendo-o refém das páginas. É imperativo que se evite uma catástrofe. Assim, a acção desenrola-se num ritmo alucinante e as páginas sucedem-se umas atrás das outras na ânsia de descobrir o que vai acontecer.

Toda a trama está assente em personagens credíveis que, apesar de estarem envolvidas numa situação deveras complexa e única, nos revelam traços de humanidade. Não obstante, a obsessão de Priest em salvar a sua comunidade leva-o a comportamentos que roçam os limites da loucura e o fazem perder a noção da realidade e traçar um caminho perturbadoramente letal.

Em "Os Filhos do Éden" fica claro porque Ken Follett é, por um lado, um autor tão apreciado e, por outro, porque é um contador de histórias tão magnifico: a sua forma de escrever, os seus enredos e tramas intrincadas, as suas narrativas criativas e cheias de suspense, os seus ritmos de acção intensos e as suas personagens solidamente construídas revelam uma mestria difícil de igualar.

CLASSIFICAÇÃO: 6. Excelente!

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