Falar sobre este livro não é simples.
Recebi "As filhas do assassino" na sequência de um passatempo feito em colaboração com a Editorial Bizâncio e entretanto foram surgindo outras novidades e este livro foi ficando na estante.
Até que decidi pegar nele e agora finda a sua leitura posso dizer que não me arrependi de ter decidido lê-lo. Aliás, tenho pena de não ter lido mais cedo.
Comecei a ler boas opiniões sobre este livro noutros blogues e a ter o mesmo feedback de pessoas amigas e isso fez-me pegar no livro.
Página após página entrei na história de Lulu e Merry - duas crianças pequenas e irmãs.
Fascinou-me a componente psicológica deste livro e passo a explicar melhor.
Em "As filhas do assassino", na minha opinião, deparamo-nos com uma família disfuncional: um casal problemático e duas crianças metidas num ambiente nada saudável para o seu desenvolvimento.
E é desde o início que somos confrontados com um acontecimento marcante que vai condicionar todo o desenrolar do livro e influenciar o crescimento das irmãs: um pai que entra em casa e mata a sua mulher e esfaqueia a sua filha mais pequena.
Ao longo de capítulos, ora na voz de Lulu, ora na perspectiva de Merry, vamos acompanhar o desenrolar das suas vidas, perceber como este acontecimento marcou a vida destas irmãs, como reagem a este evento, como crescem, como lidam com um pai que está preso.
É um livro que me fez reflectir: afinal um único acontecimento influencia, quer queiramos admitir, quer não, todo o rumo da nossa vida.
Assistimos a uma Lulu que considera que o seu pai morreu e se distancia de qualquer contacto com ele. Enquanto que vemos uma Merry que se sente na obrigação de visitar o pai na prisão, detestando cada visita que lhe faz.
E, na minha opinião, se prestarmos atenção profunda ao livro, acompanhamos a relação pouco característica de duas irmãs: uma relação de apoio mas ao mesmo tempo pouco saudável em certos momentos.
Afinal Lulu sente-se culpada pelo que aconteceu à sua mãe e irmã: coloca-se a questão "e se eu tivesse sido mais rápida? será que a minha mãe estaria vida? poderia ter evitado que a minha irmã fosse esfaqueada?"
E depois temos Merry que se sente impelida a manter contacto com um pai que matou a sua mãe.
Assistimos à infância, à adolescência e à vida adulta destas 2 personagens: como se relacionam entre elas e como se relacionam com os outros.
É também um livro sobre o peso de viver sobre um rótulo pesado. Afinal Lulu e Merry, após o acontecimento trágico que viveram, deixam de ser simplesmente a Lulu e a Merry para passarem a ser sempre "as filhas do assassino".
Se pudesse criar um sub-género literário onde inserir "As filhas do assassino" chamar-lhe-ia "Romance Psicológico".
Gostei muito!
CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito bom
Recebi "As filhas do assassino" na sequência de um passatempo feito em colaboração com a Editorial Bizâncio e entretanto foram surgindo outras novidades e este livro foi ficando na estante.
Até que decidi pegar nele e agora finda a sua leitura posso dizer que não me arrependi de ter decidido lê-lo. Aliás, tenho pena de não ter lido mais cedo.
Comecei a ler boas opiniões sobre este livro noutros blogues e a ter o mesmo feedback de pessoas amigas e isso fez-me pegar no livro.
Página após página entrei na história de Lulu e Merry - duas crianças pequenas e irmãs.
Fascinou-me a componente psicológica deste livro e passo a explicar melhor.
Em "As filhas do assassino", na minha opinião, deparamo-nos com uma família disfuncional: um casal problemático e duas crianças metidas num ambiente nada saudável para o seu desenvolvimento.
E é desde o início que somos confrontados com um acontecimento marcante que vai condicionar todo o desenrolar do livro e influenciar o crescimento das irmãs: um pai que entra em casa e mata a sua mulher e esfaqueia a sua filha mais pequena.
Ao longo de capítulos, ora na voz de Lulu, ora na perspectiva de Merry, vamos acompanhar o desenrolar das suas vidas, perceber como este acontecimento marcou a vida destas irmãs, como reagem a este evento, como crescem, como lidam com um pai que está preso.
É um livro que me fez reflectir: afinal um único acontecimento influencia, quer queiramos admitir, quer não, todo o rumo da nossa vida.
Assistimos a uma Lulu que considera que o seu pai morreu e se distancia de qualquer contacto com ele. Enquanto que vemos uma Merry que se sente na obrigação de visitar o pai na prisão, detestando cada visita que lhe faz.
E, na minha opinião, se prestarmos atenção profunda ao livro, acompanhamos a relação pouco característica de duas irmãs: uma relação de apoio mas ao mesmo tempo pouco saudável em certos momentos.
Afinal Lulu sente-se culpada pelo que aconteceu à sua mãe e irmã: coloca-se a questão "e se eu tivesse sido mais rápida? será que a minha mãe estaria vida? poderia ter evitado que a minha irmã fosse esfaqueada?"
E depois temos Merry que se sente impelida a manter contacto com um pai que matou a sua mãe.
Assistimos à infância, à adolescência e à vida adulta destas 2 personagens: como se relacionam entre elas e como se relacionam com os outros.
É também um livro sobre o peso de viver sobre um rótulo pesado. Afinal Lulu e Merry, após o acontecimento trágico que viveram, deixam de ser simplesmente a Lulu e a Merry para passarem a ser sempre "as filhas do assassino".
Se pudesse criar um sub-género literário onde inserir "As filhas do assassino" chamar-lhe-ia "Romance Psicológico".
Gostei muito!
CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito bom
7 comentários:
Olá Diana.
A sua análise e a classificação atribuída despertou a minha curiosidade.
Vou ler esse livro.
Cumprimentos
Ludgero
É apenas a minha simples opinião pessoal mas gostei muito!
Diana
As filhas do assassino, pelo que está escrito terá bastante de psicológico, realmente. Para mim uma obra seja literária ou não, é sempre uma proposta a ter em conta. Nada de menosprezar as idéias do autor. Depois gosta-se ou não.
Queruia dizer-te como amigo que sou de Ludgero Santos, por um lado, por outro gostaria de envar-te o meu livro LISBOA CAFÉ. Qeres enviar-me a morada para o meu Mail danielcosta@optimus.clix.pt ?
De qualquer modo, passarei mais vezez, a saber mais do movimemto literário.
Olá Diana!
Este livro não me tinha despertado a atenção. Mas depois de ler a tua opinião vou estar mais atenta. Talvez lhe dê um lugar na minha estante. ;)
Patrícia, na minha opinião é um livro que merece ser lido!
Olá Diana, gostei bastante da forma como expões a tua opinião sobre o livro elucidando bem o futuro leitor sobre o que poderá encontrar nesta história.
A mim convences-te, apesar de eu já estar convencida anteriormente tenho tipo é falta de “tempo” ;)
Já tinha lido a sinopse e tinha adorado, mas a tua perspectiva de que iremos acompanhar o percurso de vida das sobreviventes de um homicídio brutal desperta ainda mais o interesse.
Beijinhos.
Elphaba J. ainda bem que consegui transmitir uma opinião clara sobre este livro :)
Tens de arranjar um tempinho para este livro.
Beijinhos
Enviar um comentário