sexta-feira, 5 de novembro de 2010

"As filhas do assassino": OPINIÃO

Falar sobre este livro não é simples.

Recebi "As filhas do assassino" na sequência de um passatempo feito em colaboração com a Editorial Bizâncio e entretanto foram surgindo outras novidades e este livro foi ficando na estante.

Até que decidi pegar nele e agora finda a sua leitura posso dizer que não me arrependi de ter decidido lê-lo. Aliás, tenho pena de não ter lido mais cedo.

Comecei a ler boas opiniões sobre este livro noutros blogues e a ter o mesmo feedback de pessoas amigas e isso fez-me pegar no livro.

Página após página entrei na história de Lulu e Merry - duas crianças pequenas e irmãs.

Fascinou-me a componente psicológica deste livro e passo a explicar melhor.

Em "As filhas do assassino", na minha opinião, deparamo-nos com uma família disfuncional: um casal problemático e duas crianças metidas num ambiente nada saudável para o seu desenvolvimento.

E é desde o início que somos confrontados com um acontecimento marcante que vai condicionar todo o desenrolar do livro e influenciar o crescimento das irmãs: um pai que entra em casa e mata a sua mulher e esfaqueia a sua filha mais pequena.

Ao longo de capítulos, ora na voz de Lulu, ora na perspectiva de Merry, vamos acompanhar o desenrolar das suas vidas, perceber como este acontecimento marcou a vida destas irmãs, como reagem a este evento, como crescem, como lidam com um pai que está preso.

É um livro que me fez reflectir: afinal um único acontecimento influencia, quer queiramos admitir, quer não, todo o rumo da nossa vida.

Assistimos a uma Lulu que considera que o seu pai morreu e se distancia de qualquer contacto com ele. Enquanto que vemos uma Merry que se sente na obrigação de visitar o pai na prisão, detestando cada visita que lhe faz.

E, na minha opinião, se prestarmos atenção profunda ao livro, acompanhamos a relação pouco característica de duas irmãs: uma relação de apoio mas ao mesmo tempo pouco saudável em certos momentos.

Afinal Lulu sente-se culpada pelo que aconteceu à sua mãe e irmã: coloca-se a questão "e se eu tivesse sido mais rápida? será que a minha mãe estaria vida? poderia ter evitado que a minha irmã fosse esfaqueada?"

E depois temos Merry que se sente impelida a manter contacto com um pai que matou a sua mãe.

Assistimos à infância, à adolescência e à vida adulta destas 2 personagens: como se relacionam entre elas e como se relacionam com os outros.

É também um livro sobre o peso de viver sobre um rótulo pesado. Afinal Lulu e Merry, após o acontecimento trágico que viveram, deixam de ser simplesmente a Lulu e a Merry para passarem a ser sempre "as filhas do assassino".

Se pudesse criar um sub-género literário onde inserir "As filhas do assassino" chamar-lhe-ia "Romance Psicológico".

Gostei muito!

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito bom

7 comentários:

LS disse...

Olá Diana.
A sua análise e a classificação atribuída despertou a minha curiosidade.
Vou ler esse livro.
Cumprimentos
Ludgero

Diana Barbosa disse...

É apenas a minha simples opinião pessoal mas gostei muito!

Daniel Costa disse...

Diana

As filhas do assassino, pelo que está escrito terá bastante de psicológico, realmente. Para mim uma obra seja literária ou não, é sempre uma proposta a ter em conta. Nada de menosprezar as idéias do autor. Depois gosta-se ou não.
Queruia dizer-te como amigo que sou de Ludgero Santos, por um lado, por outro gostaria de envar-te o meu livro LISBOA CAFÉ. Qeres enviar-me a morada para o meu Mail danielcosta@optimus.clix.pt ?
De qualquer modo, passarei mais vezez, a saber mais do movimemto literário.

Patrícia Cálão disse...

Olá Diana!
Este livro não me tinha despertado a atenção. Mas depois de ler a tua opinião vou estar mais atenta. Talvez lhe dê um lugar na minha estante. ;)

Diana Barbosa disse...

Patrícia, na minha opinião é um livro que merece ser lido!

Elphaba disse...

Olá Diana, gostei bastante da forma como expões a tua opinião sobre o livro elucidando bem o futuro leitor sobre o que poderá encontrar nesta história.
A mim convences-te, apesar de eu já estar convencida anteriormente tenho tipo é falta de “tempo” ;)
Já tinha lido a sinopse e tinha adorado, mas a tua perspectiva de que iremos acompanhar o percurso de vida das sobreviventes de um homicídio brutal desperta ainda mais o interesse.
Beijinhos.

Diana Barbosa disse...

Elphaba J. ainda bem que consegui transmitir uma opinião clara sobre este livro :)

Tens de arranjar um tempinho para este livro.

Beijinhos