Depois de ter lido "Carta de uma desconhecida" e ter ficado deslumbrada pela emotividade do livro, fiquei com vontade de ler outros livros do autor austríaco Stefan Zweig e quando vi "Vinte e quatro horas na vida de uma mulher" numa pequena feira na Estação de São Bento não resisti e comprei o livro.
Tratando-se de um pequeno livro que não chega às cem páginas chegou a sua vez de ser lido em Março e durante umas horas deliciei-me com esta leitura.
Quando uma mulher casada e com filhos os abandona para seguir uma paixão instantânea e desconhecida, os hóspedes alojados num hotel na Riviera ficam espantados com esta atitude e causa-se um burburinho à volta deste caso. Todos opinam sobre esta situação insólita fazendo julgamentos de valor sobre a atitude desta mulher. Afinal quem deixa o marido e os filhos por causa de um desconhecido?
É este acontecimento que leva a Sra. C., uma aristocrata inglesa de sessenta e sete anos, a recordar um episódio secreto da sua juventude.
Stefan Zweig, através de uma escrita profundamente humana e quase poética, leva-nos por um livro repleto de sentimentos onde ficamos a conhecer o poder das emoções.
"Vinte e quatro horas na vida de uma mulher" remete-nos para a profundidade e diversidade sentimental humana, dando-nos a saborear o perigo do risco e do desconhecido, a esperança, a dependência, o desespero, a bondade e o arrependimento.
Este é claramente um livro de carácter intimista e fascinante sobre uma mulher que se liberta da pressão social e das correias que a aprisionam ao comportamento esperado em consequência de uma paixão surpreendente.
Neste livro, o autor Stefan Zweig voltou a mostrar-me a sua mestria reflectida numa narrativa profunda e tocante onde brinda o seu leitor com uma viagem ao mundo dos sentimentos humanos, instigando a necessidade de reflexão sobre os nossos actos e suas consequências.
CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!
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