Depois de ter lido "Jane Eyre" de Charlotte Brontë e ter-me apaixonado, foi com entusiasmo que recebi de oferta "O Professor" da autora e o incluí na minha colecção de Clássicos de Literatura Universal. Em Agosto decidi dedicar-me então à sua leitura e iniciei as primeiras linhas com expectativa ansiando embrenhar-me numa narrativa que fizesse o meu coração palpitar. Contudo e, ao contrário do que acontecera anteriormente com "Jane Eyre", este "O Professor" não me conquistou logo desde início. Não obstante, ao longo da leitura fui-me enamorando gradualmente pela história e por todas as nuances que este clássico encerra em si mesmo.
"O Professor" conta-nos a história do jovem inglês orfão William Crimsworth que trilha uma vida difícil e repleta de obstáculos não obstante a ajuda que outros familiares lhe ofereceram. William decidi recusar este auxílio familiar, cheio de segundas intenções e com contrapartidas que não vão ao encontro dos seus valores e forma de estar. É neste contexto que vamos acompanhar a vida de William, começando a narrativa por nos remeter para um fase inicial em que William se vê num emprego com o qual não se identifica e pressionado por um irmão/patrão que há muito esqueceu esse laço sanguíneo familiar distante e se comporta como um patrão irascível e desumano. Face a uma situação que em nada agrada a William o mesmo decidi mudar a sua vida, sendo que o leitor é levado para a Bélgica e acompanha a vida deste jovem num contexto completamente diferente.
William Crimsworth arranja emprego como professor num colégio só de rapazes e, posteriormente, concilia esse emprego com o de professor num colégio interno de raparigas. Enquanto professor, William acaba por conhecer pessoas caricatas e é com mestria que a autora Charlotte Brontë nos traça as suas personalidades, sendo-nos trazido pela voz do próprio Crimsworth os seus defeitos e simpatias falsas.
À medida que a narrativa se vai desenrolando vamos conhecendo, de forma mais aprofundada, o jovem William Crimsworth que nos dá uma visão directa, não só das outras personagens, mas também dos seus próprios comportamentos e pensamentos.
À parte de toda a caracterização das personagens e respectivas personalidades que melhor se compreendem à luz de uma sociedade do século XIX, "O Professor" remete-nos para um narrativa onde floresce uma história de amor serena e bela, que vem sarar algumas desilusões anteriores vivenciadas por William e ensinar-lhe o que é o verdadeiro amor.
Em suma, "O Professor" foi-me conquistando aos poucos e é a partir do momento em que William Crimsworth se torna professor que eu, enquanto leitora, me começo a concentrar mais atentamente na leitura, deixando-me embrenhar na mesma sem restrições. A narrativa embora simples, consegue simultaneamente ser densa, visto este clássico acarretar um carácter introspectivo intenso, onde a reflexão por parte do leitor é incitada em cada página.
CLASSIFICAÇÃO: 4. Bom!
1 comentário:
Esse livro está na minha lista no mês de Dez. haha
Acho que o erro de qualquer leitor é esperar do autor uma qualidade que ele observou em outro livro. Não sei porque não estou com expectativas desse livro, o que é bom, pois o que vier é lucro! :)
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