Depois de ter lido "O Último Papa", "Bala Santa" e "A Mentira Sagrada", chegou a altura de ler "A Filha do Papa", livro escolhido para integrar o Desafio Literário 2014 no mês de Fevereiro e as expectativas, como já vem sendo hábito no que toca aos livros do autor Luís Miguel Rocha, eram altas.
Numa narrativa que decorre à volta de Pio XII que foi visto como anti-semita (hostil contra judeus), vamos experimentar um conjunto de aventuras e mistérios que por fim nos dão a conhecer o motivo porque este Papa não foi beatificado e nos dão a conhecer também o verdadeiro Pio XII e a história da sua vida.
Sendo por si só o título deste livro muito sugestivo, é inevitável que o leitor se questione: mas Pio XII teve mesmo uma filha? Envolto em mistério, "A Filha do Papa" de Luís Miguel Rocha volta a levar-nos até ao Vaticano, onde o rapto do jovem padre Niklas desencadeia uma aventura repleta de acção e surpresas.
Com o desenrolar da acção, o enredo vai-se complexificando e é, de forma intensa e intrincada, que o autor nos vai apresentando um conjunto de personagens cujas relações, inicialmente pouco claras e muito misteriosas, se cruzam como uma teia.
O autor Luís Miguel Rocha revela uma capacidade única para construir personagens que deixam sempre o leitor na dúvida quanto ao seu envolvimento no que se refere ao caminho que a acção toma. À medida que a narrativa foi avançando fui-me questionando quem eram os "bons" e os "maus", de que lado certas personagens estavam e quais as suas verdadeiras intenções.
A verdade é que "A Filha do Papa" é um thriller intenso onde o grau de conspiração é quase palpável e, ao mesmo tempo, aparece-nos como um livro onde o romance tem o seu lugar próprio, já que o autor Luís Miguel Rocha nos dá conhecer a história de Pio XII e Pasqualina, uma mulher que teve imenso poder sobre o Vaticano.
É evidente que sendo "A Filha do Papa" um thriller carregado de acção e mistério, o autor volta a trazer-nos a já famosa dupla Rafael e Sarah, dupla essa que se vê a braços com as suas próprias questões e dilemas pessoais que acabam por ter um espaço muito particular dentro da narrativa principal.
A maneira como o autor tece múltiplos pequenos mistérios e os vai desfiando lentamente, através de revelações surpreendentes, onde tudo se conjuga, de forma brilhante e inequívoca, num desfecho final de cortar a respiração e suspender o batimento cardíaco do leitor por uns segundos, é absolutamente magistral.
Normalmente as narrativas que se desenrolam em torno de Papas e do Vaticano têm uma envolvência muito especial e "A Filha do Papa" não é excepção, já que o leitor é presenteado com uma acção muito rápida, um conjunto de personagens únicas e complexas e uma sucessão de mistérios, intrigas e reviravoltas que tornam a leitura intrigante, surpreendente e apaixonante.
Em suma, o autor Luís Miguel Rocha, mais uma vez não desilude, nesta trama carregada de suspense e brinda-nos com um final que consegue espicaçar a curiosidade do leitor para um próximo livro que, pelas palavras do próprio autor na sua página de facebook, está para breve. Resta-nos aguardar com ansiedade!
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