sexta-feira, 7 de outubro de 2011

"Segunda-Feira Triste" (Nicci French) - Bertrand: OPINIÃO!

Quando o pequeno Mathew de 5 anos desaparece misteriosamente os seus pais ficam a sofrer uma dor imensa e as forças policiais encetam esforços para descobrir Mathew com vida e colocar as suas mãos no responsável por este rapto.

Só que desengane-se quem pensa que “Segunda-Feira Triste” de Nicci French se vai centrar só sobre esta situação.

Logo no prólogo, mesmo antes de chegarmos ao Capítulo Um, o leitor vai viajar até 1987 e conhecer as pequenas irmãs Rosie e Joanna. E o que isso interessa perguntam vocês? Interessa muito porque, um dia, enquanto as irmãs regressavam sozinhas a casa Joanna desaparece sem deixar rasto. Rosie vai viver e sentir a culpa de ter deixado a sua irmã mais nova ficar para trás. Rosie culpabiliza-se pelo sucedido por considerar que não tomou conta da irmã Joanna devidamente. Joanna desaparece e os anos passam sem que nada se descubra.

Pois passados vários anos é a vez de Mathew desaparecer: será que os casos terão ligação? Mas o que levaria alguém a raptar uma menina e depois fazer um intervalo de vários anos até voltar a raptar outra criança?

Para apimentar ainda mais esta leitura vamos conhecer a psicoterapeuta Frieda Klein que tem um paciente deveras intrigante. Alan, o paciente da Dra. Klein, mostra-se ansioso pelos sonhos estranhos que tem tido e pelo desejo ardente que sente em ter uma criança: um menino pequeno e ruivo.

Quando Frieda Klein lê a história do desaparecimento de Mathew no jornal e vê a descrição do menino algo desperta nela: o seu paciente Alan deseja uma criança com a mesma descrição do pequeno Mathew. E agora? Será que Alan está implicado?

Em “Segunda-Feira Triste” de Nicci French vamos embrenhar-nos num thriller intenso que fará a nossa mente funcionar a alta velocidade, onde vamos conhecer diversas personagens que nos farão colocar questões e duvidar de todos: afinal quem é quem, quem diz a verdade?

Dado o acaso de Frieda ter este paciente - Alan – nas suas consultas e deste manifestar tantas inquietações e um desejo tão acentuado de ter um filho seu com as características do pequeno Mathew, Frieda vai-se ver envolvida nas investigações deste caso de desaparecimento.
E acabará também por ter contacto com Rosie, a irmã de Joanna que desapareceu, visto que é inevitável pensar que os casos estão relacionados.

Quando ficamos a conhecer certas personagens começamos a questionar tudo e todos e foi com grande curiosidade que fui voltando as páginas deste livro na expectativa de perceber os casos de desaparecimento de Mathew e Joanna e descobrir os culpados e as motivações.

Posso dizer-vos que o final para mim está fantasticamente bem arquitectado com uma complexidade intricada e uma criatividade acentuada. Quando descobrimos os responsáveis ficamos perplexos (eu pelo menos fiquei) e quando conseguimos juntar todas as peças do puzzle a verdade chega-nos com toda a força.

Para mim “Segunda-Feira Triste” é o tipo de livro que eu aprecio ler: um livro com mistérios por resolver, personagens inteligentemente construídas e histórias bem definidas que se interligam de forma clara sem suscitar confusão. Aliado a isso, é um thriller intenso que nos faz duvidar e questionar muitas situações e personagens, deixando-nos na dúvida até à linha final.

Uma leitura que recomendo claramente!

CLASSIFICAÇÃO: 6. Excelente




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