Depois de ter lido "A Senhora dos Rios" e "A Rainha Branca" chegou a vez de ler "A Rainha Vermelha" da autora Philippa Gregory.
A acção d' "A Rainha Branca" decorre entre 1464 e 1485, ao passo que a acção d' "A Rainha Vermelha" retrocede um pouco e inicia-se em 1453 e termina em 1485. A autora aposta neste retrocesso para nos dar a conhecer Margarida Beaufort na sua meninice, já que esta personagem é central neste livro: afinal a Rainha Vermelha é a própria Margarida Beaufort (Rosa Vermelha da Casa Lencastre).
Além disso, penso que conhecer esta personagem enquanto criança foi essencial para compreender a sua personalidade e comportamento enquanto adulta.
Em "A Rainha Branca" vemos a ascensão da Casa de Iorque através do casamento de Isabel Woodville com o Rei Eduardo IV e neste "A Rainha Vermelha" vemos a queda dos Iorque e a ambição desmedida de Margarida Beaufort para conseguir colocar o seu filho Henrique VII no trono de Inglaterra e assim fazer com que Lencastre volte a reinar.
Philippa Gregory volta a trazer-nos um livro pautado por disputas de poder pelo trono de Inglaterra, traições e ambições.
Traz-nos ainda a personagem Margarida Beaufort que pela sua atitude de beata e comportamentos cruéis justificados com base numa religiosidade distorcida, suscita elevada irritação no leitor.
Apesar desta personagem poder ser irritante pela personalidade e atitudes que tem é de destacar que se trata de uma personagem deveras forte e marcante.
À luz da época histórica, é possível ao leitor compreender esta personagem, não querendo dizer que por compreender considere os seus actos admissíveis e desculpáveis.
A ambição intensa de Margarida Beaufort leva-a a agir de forma a que a filha do Rei Eduardo IV e Isabel Woodville - Isabel de Iorque - se torne esposa do seu filho Henrique VII para assim ele se tornar Rei de Inglaterra. E neste cenário vemos que a ambição de Margarida Beaufort vai muito além da inimizade que sente por Isabel Woodville (Casa de Iorque): o importante é atingir o que se pretende independentemente dos meios necessários para tal.
Em suma, Philippa Gregory volta a conquistar-nos pelas personagens fortes, pelos cenários e disputas descritos de forma tão real, pelo enredo vivo e repleto de tensões, jogos de manipulação e esquemas de traição.
Trata-se portanto de mais um livro cheio de riqueza histórica sobre o período de Guerra das Rosas.
CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!
2 comentários:
Um romance histórico é sempre um romance histórico, faz-nos sonhar mas sem nunca sair da realidade é por isso que gosto tanto deles
Beijinhos e Boas leituras :)
oprazerdaleitura94.blogspot.com
E esta autora tem a capacidade de nos transportar no tempo muito bom :)
Beijinhos e boas leituras!
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