"Shirley" foi o clássico escolhido para o desafio de Janeiro. Escrever críticas de Clássicos da Literatura aparece por vezes pautado por dificuldade, pois como me disse uma amiga minha no outro dia: "ler um clássico é uma aprendizagem."
Muita da dificuldade inerente à escrita desta crítica prende-se com o facto de a par do romance presente em "Shirley", estar todo um contexto histórico envolvente.
Este romance não é excepção e tem como pano de fundo o período tumultuoso da Revolução Industrial. Elaborar a crítica a este clássico não é linear, já que somos confrontados com a crítica social no que toca à desigualdade não só entre classes sociais, mas também às diferenças entre homens e mulheres.
"Shirley" é inequivocamente um clássico com uma narrativa profunda e um contexto histórico diverso e rico.
Em "Shirley" ficamos a conhecer duas personagens femininas com personalidades fortes que pela sua forma de ser e de comportar se desmarcam das demais mulheres pacatas da época. Estas duas mulheres fortes vão tentar fazer frente ao poder exercido pelos homens e vão ainda aventurar-se nos meandros do amor.
Para mim ler "Shirley" foi um prazer, embora a narrativa densa e a escrita formal e quase poética exijam maior atenção por parte do leitor.
A acção de "Shirley" é pausada e cativante. sendo que a vertente romântica presente no livro confere uma dinâmica especial à leitura.
Em "Shirley", a autora Charlotte Brontë , tal como em "Jane Eyre", volta a brindar-nos com um livro romântico e de crítica social e volta a admirar-nos a sua capacidade enquanto escritora.
As personagens femininas principais sobressaem com brilhantismo e desempenham um papel crucial no desenvolvimento da acção.
A par de Shirley e de Caroline temos outras personagens imprescindíveis à componente romântica deste livro, sendo que simultaneamente, são importantes no que toca à contribuição para a caracterização social da época em questão.
Num livro onde a acção decorre no século XIX, em Yorkshire, a autora Charlotte Brontë consegue, através da sua excelente escrita, da linguagem utilizada, da personalidade das personagens e da descrição de cenários e acontecimentos, levar o leitor numa viagem até uma época não só distante, mas também muito particular e distinta.
CLASSIFICAÇÃO: 4. Bom!
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