quinta-feira, 2 de maio de 2013

"O Último Papa" (Luís Miguel Rocha): OPINIÃO!

Recentemente quando a Porto Editora lançou "A Filha do Papa" do autor Luís Miguel Rocha fiquei muito curiosa com o livro mas quando me apercebi que havia uma dupla de personagens constante nos livros anteriores decidi tentar arranjar através de trocas "O Último Papa", "Bala Santa" e "A Mentira Sagrada" para ler por ordem e consegui.

Assim, neste Abril que ainda agora terminou lá me aventurei eu a conhecer um autor novo que nunca tinha lido e embrenhei-me nas páginas de "O Último Papa" e finda a leitura só posso dizer que devia ter dedicado a minha atenção mais cedo ao nosso português Luís Miguel Rocha porque a acção do livro é tão célere que devorei o livro em apenas três dias.

Em "O Último Papa", o autor Luís Miguel Rocha leva-nos por uma narrativa feita em dois momentos temporais. Por um lado, retrocedemos até 1978, Cidade do Vaticano, sendo que o autor nos faz viajar para um tempo passado e ficar a conhecer o Papa João Paulo I e a sua morte que ficou envolta num intenso mistério por ter ocorrido apenas trinta e três dias após Albino Luciani ter sido eleito Papa. Por outro lado, somos confrontados com o ano de 2006 na cidade de Londres onde Sarah Monteiro, uma jovem jornalista portuguesa recebe um envelope que contém uma lista com nomes de várias personalidades públicas, sendo que algumas dessas pessoas já faleceram pois a lista tem mais de vinte e cinco anos. Sarah fica intrigada e o leitor fica curioso embarcando numa aventura cheia de acção e mistério.

O leitor é envolvido numa leitura repleta de acção, de suspense e onde as conspirações são mais que muitas e nos fazem questionar quanto à morte do Papa João Paulo I e quanto àquela lista tão misteriosa.

Mas mais do que isso esta narrativa faz-nos questionar sobre temas bem polémicos do Vaticano que hoje, mais do nunca, se mostram actuais e pertinentes. Simultaneamente, o autor Luís Miguel Rocha faz-nos reflectir sobre a Igreja, as suas verdades, os seus segredos, os seus valores e as suas conspirações escondidas.

Através da personagem Sarah Monteiro e de Rafael, que surge entretanto na narrativa, o leitor é transportado para uma teia alucinante de maquinações, manipulações, corridas pela vida e pela sobrevivência, sendo que a leitura se faz rapidamente na ânsia de descobrir mais e mais.

Sarah Monteiro sobressai enquanto personagem pela sua garra, pela sua determinação, enquanto que Rafael conquista as leitoras mulheres por se tratar de uma personagem envolta em mistério. É inevitável que o leitor se questione sobre quem é verdadeiramente Rafael.

"O Último Papa" é inquestionavelmente um livro que transborda intriga e suspense e que brilha por uma escrita e narrativa cheia de informações interessantes sobre a vida no Vaticano, os grupos, as Instituições, o que se manteve até aos nossos dias, os jogos de poder e as conspirações.

Embora a narrativa seja alternada entre dois momentos temporais, o leitor não fica confundido e para mim este aspecto até suscita maior vontade de ler e saber o que vai acontecer, aprofundando gradualmente cada momento temporal e dando aos poucos vários vislumbres das personagens envolvidas e das suas relações.

Em suma, "O Último Papa" é um thriller carregado de ingredientes essenciais a uma leitura viciante, fluída e misteriosa. A escrita do autor conquista facilmente o leitor e a acção cheia de surpresas fá-lo ir num crescendo de curiosidade até a um desfecho final que, pela forma como termina, desperta a curiosidade para ler o livro seguinte "Bala Santa".

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!


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