"A Confissão da Parteira" (Diane Chamberlain): OPINIÃO!

À primeira vista "A Confissão da Parteira" da autora Diane Chamberlain chama a atenção pela sua capa deliciosa e amorosa. Depois vem uma sinopse que suscita curiosidade e, por fim, surge uma leitura repleta de sentimentos, relações, segredos e revelações surpreendentes.

Quando Noelle, uma mulher feliz e aparentemente satisfeita com vida se suicida, as suas amigas Tara e Emerson não conseguem compreender este desfecho trágico e iniciam uma busca pela verdade. Quando começam à procura do motivo para esta morte inesperada, deparam-se com uma Noelle que julgavam conhecer mas que afinal não conheciam.

Uma estranha carta leva Tara e Emerson numa viagem intensa e reveladora, por caminhos de mistério, segredos e traições, mas também por histórias de amor e esperança.

Diane Chamberlain presenteia-nos com uma narrativa vincadamente emocional, onde as personagens principais, as suas histórias, relações e sentimentos são as estrelas principais, conferindo um realismo e credibilidade marcante à leitura.

Toda a identidade de Noelle girava em torno do facto de ser parteira, uma paixão aprendida com a sua mãe e que fundou as bases da sua vida. Mas é também em torno da profissão de Noelle que se desenrolam mistérios, revelações chocantes e actos do passado que comprometem o presente de Tara e Emerson.

Uma mentira salvará uma família

A verdade destruirá outra.

Qual das duas escolheria?

"A Confissão da Parteira" leva-nos por um enredo onde sobressaem, não só os laços de amizade, mas também os laços familiares: os mistérios dos laços de sangue, as relações conjugais - o passado e os seus segredos e a dinâmica entre pais e filhos que ganha uma visibilidade incrível na relação de Tara com a sua filha adolescente. Diane Chamberlain, à parte de toda a narrativa repleta de segredos que o leitor anseia por revelar, traz-nos a dinâmica entre mãe - filha de uma forma muito credível, com o típico diálogo que conhecemos entre pais e filhos de actualmente. 

Por outro lado, a autora Diane Chamberlain remete-nos para uma leitura que aborda temática deveras ricas nomeadamente, o suicídio, as relações humanas, a adopção e a doença terminal.

Acresce ainda a forma inteligente como a autora consegue transmitir o sofrimento e desespero de Noelle, aspecto conseguido através de uma narrativa que se faz em dois tempos: presente - Carolina do Norte, 2010 e passado (1970/1980).

"A Confissão da Parteira" é uma narrativa tão cheia de surpresas e reviravoltas que muitas vezes nos deparamos com uma revelação e ainda sem nos termos conseguido recompor, somos confrontados com outra, facto que carrega o enredo com uma densidade emocional e psicológica palpável e extremamente forte. 

As verdades vão surgindo à luz do dia fazendo com que o leitor saltite de surpresa em surpresa, ganhando fôlego aos poucos para o que virá a seguir.

A escrita da autora Diana Chamberlain é fluída e sem floreados, ao mesmo tempo que a acção é célere pelo elevado número de revelações que vão sendo feitas. "A Confissão da Parteira" conquistou-me desde a primeira página e foi-me envolvendo numa aura de emoção e sentimento.

É de destacar a capacidade criativa da autora para construir um enredo tão intrincado, mas ao mesmo tempo tão fluido e natural, onde o desfecho final, mesmo após tantas revelações, consegue ainda surpreender o leitor!

CLASSIFICAÇÃO: 5. Muito Bom!

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