terça-feira, 17 de novembro de 2009

"Amar, comer, dormir, beber, sonhar": Opinião

Este livro lançado pela Editorial Presença está disponível a partir de hoje :D.

Muitos de nós temos a sensação (e eu por mim falo) de que, por vezes, acordamos uns minutos antes do malandro do despertador tocar. E porque será que tal acontece? Este livro deu-me a resposta :D.

Com base em pesquisas sobre se as pessoas conseguem acordar a uma hora específica sem estímulos exteriores descobriu-se que muitas cobaias acordavam antes da hora prevista, mesmo que fosse de madrugada.

Assim, em alguns de nós a mente inconsciente consegue manter uma noção precisa do tempo mesmo quando estamos a dormir. A antecipação - outrora considerada uma capacidade exclusiva da mente consciente - pode na realidade ocorrer durante o sono. Fascinante não acham? Um mistério resolvido :D.

Mas há sempre aqueles que teimam em ficar na cama mesmo quando o despertador já tocou e tocou e tocou. Será o vosso caso? lol Se for fiquem com este excerto do livro que achei delicioso:

"Existem, está claro, pessoas que continuam obstinadamente a dormir mesmo ao som do mais estridente dos alarmes. A pensar nestes fanáticos assumidos do sono, em 1855 foi patenteada uma cama ejectadora. Caso o prevaricador ignorasse um alarme despertador incorporado, a parte lateral soltava-se e a cama abanava até o seu ocupante preguiçoso ser atirado ao chão". Agora há um aparelho mais humano mas se quiserem descobrir mais espreitem o livro :D.

Deixo-vos com outra curiosidade que o livro me ensinou:

- A maior parte das pessoas sai-se pior nas tarefas intelectuais e físicas realizadas ao início do dia, em comparação com o momento antes do deitar. «O desempenho do cérebro na primeira meia hora a seguir ao despertar é inferior ao que apresenta se estivermos acordados há 24 horas.»

Além disso, o facto de começarmos o nosso dia cheios de vigor ou pelo contrário a arrastarmo-nos depende do nosso cronotipo (uma espécie de perfil aviário que descreve a nossa natureza rítmica), isto é, se nos aproximamos mais das cotovias ou das corujas. Confusos? Os cronotipos cotovia emitem a sua melodia ao nascer do sol; as corujas tomam o partido da noite. Interessante não é? E vocês são cotovias ou corujas? lol. O facto de sermos cotovias ou corujas está muito provavelmente aliçercado na nossa constituição biológica.

À medida que ia lendo este livro só pensava para mim mesma "realmente o nosso corpo é fantástico". Todos sabemos que vão ocorrendo alterações no nosso corpo, mas sabiam que podemos ter em conta os altos e baixos corporais para fazer escolhas pessoais adequadas? Ah pois é verdade. Por exemplo: para evitar pontadas agudas que nos fazem retrair na cadeira de um dentista deviamos marcar consulta para a parte de tarde porque é nessa altura que temos maior tolerância à dor. E quando queremos beber um copo devemos fazê-lo entre as 5 e as 6 da tarde porque é quando a eficácia do fígado em anular a toxicidade do álcool é mais elevada. Fascinante não acham?

Relativamente aos sentido, o olfacto e, consequentemente, o odor podem fazer-nos retroceder ao longo de um sulco profundo de memórias precisas e pessoais. Quantos de nós ao sentir um dado perfume recordamos determinada pessoa ou a sentir o cheiro de uma comida recordamos momentos da infância? Eu já e decerto vocês também :D. E tudo isto porque o nosso corpo é aquela coisa. Cientistas descobriram que os estímulos olfactivos têm de facto o poder de evocar memórias autobiográficas com mais exactidão que as pistas dadas pelos outros sentidos.

Por outro lado, os estudos que li neste livro ajudaram-me a compreender de forma mais detalhada o seguinte: o que vemos altera o que saboreamos. E o que vemos afecta o que ouvimos e sentimos? O livro explica-nos o porquê. Bastante interessante.

Este livro permitiu-me ainda aprofundar a temática da perspicácia, nomeadamente: "Fazer duas coisas em simultâneo equivale a não fazer nenhuma" e há cada vez maior número de provas que vão no sentido da afirmação do poeta latino.

Para resumir: gostei bastante deste livro. Lê-se bem e aprende-se muito. Na minha opinião um bom livro é aquele que nos ensina algo ou nos transmite uma lição. Com este livro aprendi imenso, sobre a manhã (despertar, sentidos e perspicácia), meio-dia (a pausa do meio-dia e depois do almoço), tarde, o fim da tarde. Ensinou-me também aspectos sobre a noite fazendo uma viagem pelo enamoramento, os ares nocturnos, o sono e a hora do lobo.

Aconselho vivamente este livro. Irão aprender bastante sobre 24 horas na vida do nosso corpo :D.

2 comentários:

Kézia Lôbo disse...

Oie passando para ver as novis... Da forma como vc descreveu, todo ess entusiasmo me chamou a atençao para o livro... Vou atras dele para lêr e ver o q acho...
Estou seguindo-a.....

Diana Barbosa disse...

É uma boa compra Kezia. Depois diz se gostaste.