quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"Continua Desaparecida": (Chevy Stevens): OPINIÃO!

Quando começa a haver muito burburinho, muita conversa, muita troca de elogios à volta de determinado livro isso costuma ser sinal de que o livro é realmente bom e que promete!

Quando comecei a ler críticas super entuasiasmadas sobre este livro e toda a gente que o lia concordava e elogiava fiquei com a pulga atrás da orelha e, como é óbvio, não descansei até conseguir arranjar o livro e lê-lo!

Embora o livro se encontre classificado como "Romance" no site da Wook, ao lermos a sinopse apercebemo-nos facilmente que este livro de romântico não tem nada e, sendo assim, só puderia concordar com o que a autora Karin Slaughter diz sobre o mesmo na capa:

"Um thriller extraordinário. Deixa-nos hipnotizados desde a primeira página."

Ora bem, depois de concluída a leitura deste livro tenho de referir que classificá-lo como thriller é o mais correcto.

Em "Continua Desaparecida" da autora Chevy Stevens vamos conhecer a história de Annie de 32 anos que um dia foi raptada e viveu 1 ano em cativeiro sobre a alçada de um "tarado" como ela própria o chama.

Num livro em que cada capítulo é uma sessão de terapia com uma psiquiatra, Annie leva-nos a conhecer, a viver, a sentir, a sofrer, a encolher de horror, a suspirar e até a ficar triste porque, em discurso directo, conta à sua psiquiatra e a nós leitores, os horrores que viveu enquanto foi prisioneira de um homem (se é que o podemos chamar de homem) cruel.

Esta viagem por aquilo que foi a vida de Annie durante e após o seu rapto é simplesmente tortuosa e irreal.

Num livro que intercala de forma sublime o relato de Annie sobre o seu ano como prisioneira e a forma como encara a vida e se relaciona após a sua fuga, vamos sentir um ódio profundo por um psicopata que, sem razões aparentes, decide raptar uma jovem mulher e destruir a sua vida, a sua alma, o seu corpo, a sua mente para sempre.

A forma vívida e objectiva como Annie relata a sua experiência deixa qualquer leitor profundamente incomodado e tocado. O sofrimento a que Annie foi sujeita pelo "tarado" (aquele que a raptou) é de uma dureza irreal.

A forma como Annie teve de adaptar o seu comportamento enquanto esteve em cativeiro, a violência física, emocional e psicológica a que foi submetida deixou-me a mim inquieta ao perceber que, na vida real, situações destas acontecem efectivamente. As sequelas que ficam com Annie são de uma profundidade enorme e aquilo que ela vai contando à sua psiquiatra faz o leitor sentir uma enorme compaixão e vontade de mimar esta personagem.

A maneira como a autora conseguiu, por sua vez, criar e desenvolver a personagem deste "tarado psicopata" é de louvar: conseguiu dar vida a uma personagem que, embora cruel, é também totalmente credível e sendo eu licenciada em Psicologia e tendo os conhecimentos da área, sei que existem efectivamente pessoas com estes traços de personalidade de crueldade e maldavez, embora não se vejam como pessoas más, sentindo que o seu comportamento é natural - dentro da sua mentalidade distorcida conseguem percepcionar os seus actos e comportamentos como dentro dos parâmetros normais.

E, além de tudo isto, a autora dá-nos um final de livro que é de cair o queixo: quando percebemos porque aconteceu este rapto, as razões do rapto, ficamos boquiabertos e eu pelo menos fiquei simplesmente chocada!

Tal como diz na contracapa é: "um livro visceral, chocante e maravilhosamente narrado".

Quem ainda não o leu apenas digo uma coisa: leiam e depois digam-me o que acharam!

P.S. Só acrescento mais um apontamento: considero que o título deste livro foi maravilhosamente escolhido. Afinal, quem é submetida a uma experiência destas nunca mais achará o seu "Eu" antigo: quem vive o que Annie viveu muda de personalidade para sempre. O "Eu" anterior deixa de existir e daí achar que a divisão dos capítulos por sessões terapêuticas foi genial: em cada sessão, a Annie que "Continua desaparecida" vai, passo a passo, tentar encontrar-se de novo e renascer.

CLASSIFICAÇÃO: 7. Absolutamente Fantástico!

3 comentários:

Maria João disse...

Sempre ouvi dizer que um psicopata não tem noção do mal que pratica. Todos os seu actos, maus, estão definidos na sua ideia como correctos. Não sente a necessidade de deixar de os praticar, nem de pedir perdão por eles! Ler o relato ficção ou realidade de quem esteve sujeito à mercê de uma criatura dessas deve ser de facto chocante! Talvez ainda um dia vá ler esse livro.

macy disse...

Parabéns Diana.
Mais uma vez uma crítica excelente.
E o livro deve merecer mesmo porque as opiniões são unânimes!
Vai se uma das minhas próximas aquisições sem dúvida!
Bjs
Teresa

Diana Barbosa disse...

Maria João aconselho este livro sem reservas :) lê porque é muito bom mesmo.