sábado, 20 de agosto de 2011

"Ela Cantava Fados" (Fernando Sobral): OPINIÃO!

Foi com expectativa que iniciei esta leitura da Quetzal porque, embora seja grande admiradora de policiais, centro quase sempre as minhas leituras de literatura policial nos autores estrangeiros.

Assim, quando li a sinopse do livro "Ela Cantava Fados" do autor português Fernando Sobral fiquei muito curiosa para ver como os nossos autores nacionais escrevem literatura dentro deste género.

Embora o título não nos direccione para um livro policial, a frase na capa "O fado, afinal, não é só melancolia. É também vingança." conseguiu suscitar a minha atenção.

No livro "Ela Cantava Fados" vamos embarcar numa Lisboa onde uma fadista é encontrada morta. O detective Manuel da Rosa vai ficar responsável pela resolução deste crime e aos poucos vai começar a perceber que o fado não é só melancolia: é também vingança e é também finança. Por outras palavras, este detective vai aperceber-se que neste mundo tudo tem um preço porque tudo está à venda.

Durante a investigação do detective Manuel da Rosa fui suspeitando deste e daquele, fui viajando por uma Lisboa de fachadas românticas e muros altos que escondem segredos.

À parte a investigação, embrenhei-me também no espaço e mundo pessoal do detective Manuel da Rosa que se debate com dúvidas sobre a sua relação com Ana Moreno.

Não é o típico policial cheio de ritmo, de personagens, de obstáculos, de sangue e mortes. A mim pareceu-me um policial mais tranquilo: existe apenas a morte da aspirante a fadista e toda a história gira em torno deste facto na tentativa de descobrir o assassino.

Sem ser um policial ao estilo das séries televisivas como CSI, onde tudo é investigado (sangue, impressões digitais, cabelos, etc) este policial gira em torno dos interrogatórios, passando de suspeito em suspeito, sendo que a descoberta do verdadeiro assassino se dá apenas mesmo no final do livro.

Não sendo daqueles policiais que me tiram o fôlego desde a primeira página na ânsia de descobrir mais e mais, este é um policial mais sereno, mais ritmado, numa Lisboa que esconde os seus segredos.

De mencionar está a surpresa que o final me causou pelo facto de não ter desconfiado por um só segundo da identidade do verdadeiro assassino. Embora o final me tenha surpreendido achei-o um bocadinho abrupto, no sentido em que a identidade do assassino é descoberta, não pelo trabalho de investigação da polícia, mas pelo surgimento de uma pista inequívoca por parte de alguém ligado ao assassino.

Embora eu tivesse sentido falta da adrenalina, do suspense, das mortes terríficas e sangrentas características dos policiais de autores estrangeiros, reconheço a qualidade da escrita deste autor, que ao longo de capítulos curtos, nos deixa com curiosidade para ler sempre mais um pouco.

Para ficarem a saber mais sobre o autor e as suas obras podem aceder ao seu blogue:


CLASSIFICAÇÃO: 4. Bom

2 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pelos dois aninhos do Refúgio dos livros.
Beijinhos da escritora, Isa

Isabel_m_rego@hotmail.com /

Diana Barbosa disse...

Obrigado Isa :D